sexta-feira, 26 de março de 2010

JOÃO PESSOA GANHA POLÍTICA PÚBLICA SOBRE DROGAS

 
 Auditório 211-CCSA/UFPB
Foto: Socorro Caldeira (UFPB)


Cerca de 90 delegados, representando as comunidades de João Pessoa aprovaram,  ontem (26), às 20 horas, no Auditório 211 do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o documento final da Primeira Conferência de Políticas Públicas sobre Drogas do município. O documento vai ser encaminhado pelo Comad – Conselho Municipal Antidrogas, às autoridades constituídas responsáveis pela implantação da referida política.

A iniciativa vai beneficiar toda a população pessoense, principalmente crianças e adolescentes, com ações nas áreas de prevenção, tratamento, recuperação e reinserção social e redução de danos. O presidente do Comad, professor Jorge Gomes, disse que a realização da conferência foi o resultado de mais de 1 (um) ano de trabalho dos conselheiros e que o evento foi realizado com poucos recursos e muito empenho. 





Jorge Gomes: Vida com qualidade

O professor, que é psicólogo, lembrou que para termos uma vida com qualidade bastaria que nossos direitos, já conquistados, fossem atendidos através do cumprimento das leis. Segundo ele, nossas dificuldades começam no emocional e, portanto, precisamos construir um ambiente de paz, sem drogas, buscando o relacionamento tranqüilo e saudável. “É esse o principal objetivo desta conferência”, ressaltou.


ABERTURA DO EVENTO

A mesa de abertura dos trabalhos foi composta por: Rosemar Oliveira, representando a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Humano; Geraldo Amorim, vereador; Liliam Paiva Coelho, representante da Secretaria de Administração do Município; Edênia Teotônio, da Secretaria Municipal de Educação; Lorenzo Delaine, Remar; Jorge Gomes, presidente do Comad-JP; Edésia Almeida, representante do Conselho de Psicologia e Carlos Antônio Ribeiro, Conselho Tutelar.


CONFERÊNCIA MAGNA
Foto: Socorro Caldeira (UFPB)
GILBERTO LÚCIO ATUALIZOU CONHECIMENTOS NA ÁREA DA DROGADICÇÃO
A Primeira Conferência de Políticas Públicas sobre drogas, do município de João Pessoa, teve início às 20 horas, da última quinta-feira (25), com uma palestra realizada pelo psicólogo do Ministério Público do Estado do Pernambuco, Gilberto Lúcio. Ele é uma autoridade reconhecida na área da prevenção e recuperação da dependência química em âmbito nacional sendo, atualmente, vice-presidente da mais bem conceituada entidade científica da área: a Associação Brasileira de Estudos sobre Álcool e outras Drogas-ABEAD.


Na palestra que fez em João Pessoa, Gilberto atualizou os conhecimentos da platéia na área da dependência química, abordando questões relacionadas aos modelos de prevenção, tratamento e recuperação de usuários de drogas vigentes no mundo. O público constituído de educadores, profissionais liberais, agentes comunitários, lideranças e servidores públicos, teve a oportunidade rara, no Estado da Paraíba, de participar de um evento de alto nível acadêmico, na área da drogadicção.


Gilberto enfatizou a necessidade de controle da publicidade de bebida alcoólica nos meios de comunicação de massa feita por estrelas do mundo artístico-cultural. Segundo ele, essas iniciativas têm o objetivo de aumentar o número de usuários, influenciando crianças e adolescentes.

Ele também foi incisivo em defender que crianças e adolescentes não devem, em hipótese nenhuma, consumir substâncias psicoativas, pois isto impede o desenvolvido biopsicossocial, além de prejudicar fortemente o desenvolvimento cognitivo desse segmento que é imprescindível para o futuro do país.

CONTROLE DE SUBSTÂNCIAS
Foto: Socorro Caldeira (UFPB)
O psicólogo esclareceu que a proibição total do uso de uma substância pode produzir efeitos danosos à sociedade; mas à medida que uma droga progride na escala da legalidade, cresce também sua disponibilidade contribuindo para o aumento do número de usuários e dos problemas globais. Ele referia-se à proposta de legalização da maconha que está sendo propalada em diversos segmentos sociais.

Gilberto esclareceu que ao invés da legalização, há em todo o mundo uma mobilização para o aumento do controle do uso de álcool e recrudescimento do combate ao tabagismo.

O palestrante informou que o alcoolismo causa 57 mortes por dia no Brasil; que entre 2000 e 2006, foram contabilizadas mais de 92 mil mortes associadas ao consumo excessivo deste produto. Disse, ainda, que 12 % dos brasileiros entre 12 e 65 anos são portadores de alcoolismo, que o álcool é responsável por 70% das mortes violentas, e que 45% de todos os problemas familiares e conjugais estão relacionados ao uso de bebidas alcoólicas.

Ele sugeriu medias urgentes de controle do uso de álcool, a exemplo da política de preço e taxação, políticas que diminuam o acesso físico às bebidas alcoólicas, proibição da propaganda nos meios de comunicação, campanhas na mídia e nas escolas visando informar melhor os efeitos da substância, além do efetivo controle da Idade mínima para a compra destes produtos com a manutenção da política de tolerância zero do consumo para motoristas.

MACONHA

Com relação à maconha, Gilberto esclareceu que o uso desta substância aumenta em seis vezes as chances de evasão escolar e que em todas as faixas etárias, até aos 20 anos, o uso de cannabis está  associado ao subsequente declínio da produção escolar. Este efeito parece ser menos relevante quando o início do consumo se dá após os 25 anos. Além disso, a maconha provoca dependência entre 20 e 50% dos usuários que também têm aumentadas as chances de se envolverem com outras drogas e apresentarem sintomas psicóticos, esquizofrênicos e depressivos.

Enfatizando a importância da prevenção e do tratamento dos usuários de drogas, o psicólogo afirmou que as pesquisas indicam que para cada 1 (um) dólar investido em tratamento 7 (sete) são economizados em saúde e problemas sociais; e que para cada 1 (um) dólar investido em prevenção são economizados 10 em tratamento por transtornos do uso de álcool e outras drogas.

Gilberto lembrou que é dever do município garantir a integralidade das ações de promoção da saúde, prevenção e assistência, inclusive nas urgências; além de promover a equidade na atenção à saúde por meio da adequação da oferta às necessidades. E, com o apoio do Estado, identificar as carências da população do seu território, fazer o reconhecimento das iniqüidades, oportunidades e recursos para dar solução aos problemas.

“Os governantes devem, em primeiro lugar, atender todas as necessidades das crianças e dos adolescentes para, posteriormente, se preocuparem em construir mercados, praças, restaurar vias de transporte, monumentos artísticos, etc”, enfatizou o psicólogo.


MESA REDONDA



No segundo dia da conferência foi realizada uma mesa redonda sobre os temas da prevenção ao uso de drogas nas escolas, tratamento e reinserção social e redução de danos, com a participação da professora Vania Medeiros, do IFPB; a psicóloga Valéria Cristina, coordenadora de saúde mental do município; e Gilberto Lúcio, do Ministério Público de Pernambuco, respectivamente.

O debate foi uma oportunidade para esclarecimentos sobre questionamentos polêmicos relacionados aos modelos de promoção da saúde e redução de danos. Gilberto afirmou que o aumento na quantidade de usuários de drogas demonstra que a política de redução de danos não está funcionando. "Mesmo assim, a maioria da população anda não usa drogas". Ele destacou que a integridade do desenvolvimento psíquico de crianças e adolescentes é uma prioridade, portanto, eles não devem usar essas substâncias de forma nenhuma.

O EVENTO CONTOU COM TRADUTORES DE LIBRAS                                              

CONHEÇA O DOCUMENTO FINAL DA 1ª CONFERÊNCIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS DE JOÃO PESSOA:

quarta-feira, 24 de março de 2010

CÂMARA MUNICIPAL QUER SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA DO CRACK EM JOÃO PESSOA


A Câmara Municipal de João Pessoa realizou ontem (24), uma Sessão Especial para debater o problema do uso de crack no município. O vereador Geraldo Amorim, propositor da sessão, revelou que tem recebido denúncias de que existem crianças de sete e oito anos de idade que são dependentes de crack. “A situação torna-se mais grave porque falta assistência emergencial para atender a esses dependentes químicos”, lamentou o vereador.

Segundo Geraldo, o uso de crack está aumentando porque essa droga tem um poder fulminante de criar dependência, sendo mais rentável para os traficantes. Na fissura, os jovens usam até 10 pedras de crack em uma noite. O parlamentar disse que o Ministério Público Estadual faz uma condenação por crime relacionado ao tráfico de drogas a cada 15 horas; a cada 4 horas recebe uma denúncia, e registra uma morte a cada 36 horas no Estado da Paraíba, em decorrência da violência provocada pelas drogas.


O PROBLEMA DO CRACK ESTÁ SENDO DISCUTIDO EM ÂMBITO NACIONAL 


O Secretário de Segurança Pública do Estado da Paraíba, Gustavo Gominho, informou que 80% dos homicídios que acontecem na maioria dos Estados brasileiros são decorrentes do tráfico de drogas. Os jovens estão sendo mortos por dívidas de cinco reais, disse o secretário. A autoridade afirmou que está sendo articulado em âmbito nacional um plano para combater o problema do crack.

O secretário explicou que, por ser um subproduto da cocaína, a toxidade do crack é tão forte que torna a substância inflamável. Ele acrescentou que a abstinência e a fissura após passar o efeito são tão intensos que fazem com que os jovens cometam outros crimes para comprarem a substância. “O uso do crack gera crime contra a saúde pública, homicídios e crimes contra o patrimônio público” assinalou.



O Arcebispo da Arquidiocese da Paraíba, Dom Aldo Pagotto, que também participou da sessão especial da Câmara Municipal, afirmou que a droga é um problema de saúde e de segurança pública. Segundo ele, o crack é uma desgraça que destrói o ser humano, a família e a sociedade, independe de contextos sociais. Dom Aldo lamentou que o Estado institucionalizado não esteja conseguindo evitar o avanço do estado paralelo do narcotráfico que produz violência, marginalidade, isolamento e destruição na sociedade.

PROFESSORA VANIA: MODELO DO MEDO PARALISA AÇÕES

 
A professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), professora Vania Medeiros, fez uma explanação sobre a representação social do crack. Segundo a professora, a sociedade está paralisada pelo pânico que se criou em torno do problema.

Vania, que coordena o Laboratório de Estudos Transdisciplinares sobre Dependência Química (NETDEQ) no IFPB, explicou que a sociedade tem dificuldades em fazer o diagnóstico real dos problema relacionados ao uso dessas substâncias, para poder desenvolver ações efetivas de prevenção, tratamento e recuperação. A professora esclareceu que quanto maior o medo, maior a paralisação no sentido de encontrar as soluções adequadas ao problema.

A professora Vania defende que ao invés do medo das drogas, a sociedade começe a ter mais consciência sobre os problemas que geram o uso da droga. Para ela, o modelo do medo gera dependência e agressividade, sendo necessário conhecer a questão do ponto de vista científico para adotar soluções adequadas. “Os pais, os educadores e muitos profissionais reagem com pavor quando descobrem que o jovem é usuário de drogas, seja filho, aluno ou paciente.

O modelo do pânico deve ser substituído pelo modelo da educação. O papel da educação é promover mudanças e, neste sentido, todos podem ser educadores. A professora afirma que as pesquisas demonstram que 30% dos dependentes de crack conseguem se recuperar. “Portanto, é esse o discurso que devemos adotar no lugar de dizer que a dependência do crack não tem cura”, assinalou ela.

A representação social do medo enfraquece as ações de prevenção e recuperação do dependente químico, disse a professora. Ela explicou que é preciso conhecer os mitos que permeiam o discurso sobre as drogas na sociedade. “Os surtos de perda de controle do uso de drogas são cíclicos e acontecem quando há um forte mal-estar na sociedade; atualmente estamos vivenciando um surto do uso dessas substâncias, mas é preciso ter esperança que ele vai passar e que este é um momento importante para reconstrução da coletividade e dos valores comunitários”, enfatizou.

A vice-presidente do Conselho Municipal Antidrogas (COMAD), psicóloga Rizonete Gomes, também reconheceu que o medo tem paralisado as ações da sociedade relacionadas às drogas. Segundo ela, os pais não se sentem envolvidos na co-responsabilidade quando descobrem que o filho é usuário de drogas. Rizonete lembrou que é preciso estimular a pesquisa científica local sobre o problema, tornar a escola mais atraente e adotar métodos adequados de prevenção, recuperação e reinserção social.


 



DROGAS – PREVENÇÃO NAS ESCOLAS


       
          A questão das drogas não é um componente obrigatório no currículo das escolas, contudo devido à importância e atualidade do problema, tal assunto tem estado cada vez mais presente nas propostas educacionais.

                Certamente, esta prevenção será mais adequada se tiver como objetivo o desenvolvimento da capacidade de escolha dos indivíduos. Não há dúvidas que uma pessoa bem informada e com uma consciência crítica desenvolvida terá mais possibilidades de tomar decisões que evitem riscos e favoreçam a sua saúde. Ao trabalharmos o educando com a perspectiva de reduzir os riscos de consumo abusivo e de diminuir os danos causados pelo uso de substâncias psicoativas, estamos agindo de forma mais realista, eficaz e ética de trabalhar a questão das drogas.

                A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD, por intermédio da sua coordenação de prevenção, enumerou recentemente, alguns princípios fundamentais para uma ação de prevenção nas escolas, quais sejam: planejamento que envolva a integração de representantes dos diferentes segmentos da escola (diretores, coordenadores, professores, funcionários, estudantes e família); ações direcionadas para os estudantes, as famílias e toda comunidade escolar; programas desenvolvidos a longo prazo durante todo o processo escolar, com ações específicas para cada faixa etária; intervenções projetadas para reduzir “fatores de risco” de abuso de drogas e aumentar fatores de proteção à saúde; conteúdo que contemple as diferentes formas de abuso de drogas, incluindo as legais e ilegais, dando prioridade às mais consumidas na comunidade; integração do trabalho de prevenção em um conjunto de ações de promoção à saúde; busca do fortalecimento da autoestima e do desenvolvimento da capacidade de enfrentar problemas e de tomar decisões; inclusão de métodos interativos e informações objetivas e verdadeiras, sem a intenção de amedrontar por meio de informações desatualizadas e preconceituosas.

                Enfim, ao planejarmos projetos de prevenção ao uso indevido de drogas nas escolas, é imprescindível identificarmos naquela realidade específica, quais são os fatores que tornam os alunos mais suscetíveis ao consumo de drogas: quais as características daquela população escolar, seus hábitos de lazer, as drogas mais consumidas na comunidade, as regras sobre consumo e as crenças, comportamentos e expectativas das famílias e da comunidade sobre o assunto.

                Com dados como esses, é possível planejar ações mais adequadas para interferir nos fatores que favoreçam o uso indevido de drogas pelos estudantes, promovendo estratégias que sejam fatores de proteção, diminuindo os riscos de consumo prejudicial.
Quanto mais expostas aos fatores de risco, maior será a probabilidade de crianças fazerem uso e terem problemas relacionados às drogas quando forem adolescentes ou adultos. É claro que nem sempre a escola tem meios para interferir nestes fatores sociais da comunidade, mas é seu papel favorecer a consciência do aluno sobre os problemas e encorajá-lo a atuar no enfrentamento dos mesmos, assumindo seu papel como cidadão responsável.

Deusimar Wanderley Guedes
Psicólogo e advogado
deusimar.dwg@dpf.gov.br

segunda-feira, 22 de março de 2010

JOÃO PESSOA TERÁ POLÍTICA PÚBLICA SOBRE DROGAS

Gilberto Lúcio e professora Vania Medeiro: palestrantes do evento


A 1ª Conferência de Políticas Públicas sobre Drogas, do município de João Pessoa, começa nesta quinta-feira (25), às 19h30min, no Auditório 211, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), Campus de João Pessoa, da Universidade Federal da Paraíba. O evento será coordenado pelo Conselho Municipal Antidrogas (Comad) e contará com a participação de autoridades locais, pessoas de notável saber na área da dependência química e dos delegados que vão representar as comunidades. O encerramento da Conferência está previsto para as 18 horas, da sexta-feira (26).

O psicólogo Gilberto Lúcio da Silva, do Tribunal de Justiça de Pernambuco e vice-presidente da Associação Brasileira de Estudos sobre Álcool e Drogas (Abead), fará a conferência de abertura do evento, às 19h30min, do dia 25, enfocando o tema: Políticas públicas de prevenção ao uso abusivo de drogas no Brasil e no mundo. (Leia artigo de Gilberto, sobre o tema, no final desta matéria).

O evento também contará com a participação da coordenadora do NETDEQ-Núcleo de Estudos Transdisciplinares em Dependência Química do IFPB, professora-doutora Vania Maria de Medeiros, que fará uma abordagem sobre a prevenção ao uso de drogas nas escolas, ás 8h30, do dia 26. Em seguida, será apresentado o tema Tratamento e Inserção Social, por Silvana Carneiro Maciel, Dra. Coordenadora do Curso de Psicologia da UFPB. Este painel será finalizado com a uma palestra sobre Redução de Danos, pela Dra. Graziela Queiroga, Juíza do Tribunal de Justiça da Paraíba.
A iniciativa é das mais pertinentes para a gestão pública municipal, já que o problema das drogas tem causado danos diversificados à população em todos os níveis. O uso de drogas, principalmente na adolescência, é uma das principais preocupações atuais dos pais, educadores, gestores dos setores públicos e privados e autoridades em geral.

O presidente do Comad, professor da UFPB, Jorge Gomes, lembrou que foram realizadas nove (9) Pré-conferências preparatórias para a Conferência nos pólos de educação do município. Na oportunidade, a população se manifestou, livremente, sobre a temática das drogas e encaminhou suas propostas de políticas públicas que serão aprofundadas na conferência.


Comad: Últimos preparativos para a 1ª  Conferência Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas de João Pessoa
 
LEIA ARTIGO DE GILBERTO LÚCIO
 
O DIREITO AO USO DE DROGAS E A COMUNIDADE

As políticas públicas nacionais sobre drogas mais recentes têm lidado com um conceito no mínimo questionável, se não francamente inadequado, que parece pretender associar o uso de drogas a um direito humano básico, para o qual dever-se-iam criar condições que o positivassem, que lhe permitissem a "devida" expressão.

Um bom exemplo é a defesa de distribuição de cachimbos de crack para os usuários de qualquer idade, ou o da criação das salas de consumo seguro, onde usuários de drogas injetáveis tivessem acesso garantido aos insumos e equipamentos.

Cristalizado em direito, o uso de drogas passaria a ser, em decorrência, um dever do Estado. Pois se um indivíduo tem direito ao uso de drogas, alguém (o próprio poder público) seria instado a lhe garantir este direito, em conformidade com a distinção proposta por Isaiah Berlin, entre dois tipos de liberdade: positiva e negativa. Mas, como bem pondera o filósofo, cada nova "liberdade positiva" (ou positivada) criada implica em uma nova obrigação – e, portanto, em menos liberdade para quem tiver que arcar com seu custo.

Pensemos, por exemplo, no "custo da fumaça" para a saúde dos fumantes passivos, e teremos uma boa noção do que estamos falando. O direito do fumante seja de tabaco, de cannabis ou da cocaína em sua forma fumada (crack), tem um custo social, ambiental, financeiro e de saúde para os não fumantes. Na abordagem de Berlin, cada pessoa que exige uma nova liberdade positiva está exigindo que a responsabilidade sobre sua liberdade seja colocada nos ombros de outra pessoa, que será forçada a pagar o preço dessa nova liberdade.

Mas, ainda que fosse defendido o direito ao uso de drogas em termos de uma "liberdade negativa", com o usuário apenas exigindo que alguém saia do caminho, para exercer o direito de buscar seus próprios objetivos, fazer suas próprias escolhas, esta "liberdade" jamais seria exercida apenas "da pele para dentro". Sempre ocorrem "efeitos colaterais" do uso de qualquer droga na interação que cada indivíduo mantém com seus familiares, colegas de estudos ou trabalho, e com respeito ao conjunto de regras sociais de conduta e leis vigentes em sua comunidade. Pois um indivíduo nunca está absolutamente só, e a idéia de ser livre como o poder de fazer ou de ser aquilo que se escolhe, sem interferências por parte de quem quer que seja, é uma bela idéia gerada pela modernidade, que permanece, todavia, na esfera da virtualidade. E nem mesmo no mundo virtual da “rede” Internet nós estamos, de fato, totalmente isolados.

O maior engodo do discurso pró-direito humano de usar drogas está em confundir o direito à diferença, à variedade das experiências de vida, característico de nossa liberdade negativa, que nos proporciona realizar aquilo que está efetivamente ao nosso alcance, com o direito à igualdade entre os homens, da identidade na cidadania como membros da polis que compartilham um destino comum. E a partilha de uma cultura do consumo de drogas não é, para a maioria da população, um destino comum.

Nem mesmo para o álcool, droga lícita, cujo consumo é ativamente produzido por uma poderosa indústria de marketing.

Mais ainda, as "escolhas" estão sendo feitas por indivíduos concretos cada vez mais jovens. Não são adultos os novos dependentes de crack, de tabaco ou de álcool, mas crianças e adolescentes. Portanto, em conformidade com o que havia apontado, em entrevista para o Boletim da ABEAD, em 28/07/08, ao tratar de políticas públicas intersetoriais, é preciso prevenir a exposição precoce da criança e do adolescente ao contato com qualquer substância psicoativa, pois a exposição a qualquer droga aumenta o risco de consumo, e o consumo de qualquer droga, mesmo que lícita, aumenta o risco de exposição a outras drogas. Alertava, além disso, que o cuidado com a formação de toda uma geração deve ir além do "constrangimento informado", que é quando o uso de drogas torna-se uma prerrogativa de pertencimento ao grupo de pares. O indivíduo sabe dos problemas que a droga pode ocasionar, mas escolhe "sob pressão" do grupo de pares, pois isto é considerado o "normal".

Diante deste contexto, a realização da Conferência Municipal de Políticas sobre Drogas do município de João Pessoa se reveste de especial importância para consolidar o caráter democrático das intervenções propostas, bem como desenvolver ações locais de governo que podem vir a fazer toda a diferença. A conferência, organizada por um Conselho Municipal atuante, vai ao encontro do entendimento de que a prioridade que estas ações deveriam ter não vai surgir espontaneamente, e que, uma vez executadas, elas exigirão monitoramento constante.

Gilberto Lúcio da Silva, psicólogo

Veja programação completa do evento

PESQUISA REVELA QUE FAMÍLIA NÃO ADMITE CULPA POR VÍCIO DE FILHO

Trabalho revela que, embora sejam os primeiros a descobrir o vício, familiares responsabilizam fatores externos pelo problema.

O Estado de S. Paulo

Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) traça pela primeira vez um perfil da família do dependente de drogas no Brasil. O trabalho, baseado na entrevista de 500 pessoas que procuram grupos de ajuda Amor Exigente, revela que, embora sejam os primeiros a descobrir o vício, familiares responsabilizam fatores externos pelo problema.

"Há um processo longo até a descoberta. Quando isso ocorre, boa parte dos familiares avalia que o uso de drogas ilícitas é resultado da influência de más companhias ou da falha de autoestima do paciente", afirma a coordenadora do trabalho, Maria de Fátima Rato Padin.
De acordo com o estudo, em 68% dos casos, a descoberta foi feita por um familiar que percebeu mudanças de comportamento e, na grande maioria, por mulheres. "São companheiras dos usuários ou mães", diz a pesquisadora. Muitas delas ficam deprimidas. "Hoje tenho consciência de que assumia parte da culpa.

E, principalmente, assumia a responsabilidade de resolvê-lo", conta a jornalista Cleide Canduro, de 53 anos. Mãe de quatro filhos, ela descobriu, há oito anos, que três haviam usado entorpecentes.
"Dois apenas tiveram contato. Mas um deles usava de forma abusiva, afetando estudos, o rendimento nos esportes, a convivência." Ele associava maconha e álcool. E uma das grandes surpresas do trabalho é o fato de a maconha ser a droga mais frequente e de maior preferência dos usuários, de acordo com a percepção da família. "Há sempre a ideia de que maconha traz poucos prejuízos. Mas, para familiares, isso está longe de ser verdade", afirma Maria de Fátima.


O trabalho retrata o difícil caminho atrás de atendimento. "As famílias estão muito desamparadas e, principalmente, não encontram nível de informação adequado", diz a pesquisadora. Segundo o estudo, 61,6% desconhecem, por exemplo, os serviços dos Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (Caps). E, antes de recorrer aos grupos de ajuda mútua, entrevistados já haviam passado por uma série de tentativas: desde internação dos pacientes, atendimento psicológico e psiquiátrico até procura de grupos religiosos.

TRATAMENTO

Cleide, por exemplo, recorreu a várias alternativas antes de procurar um grupo de ajuda. Somente depois de um ano nesse grupo é que veio a decisão de internar seu filho. "Demorei a admitir que ele tinha problemas com drogas. Demorei a tomar uma atitude mais firme", completa. Hoje ela percebe que isso não é incomum. "As notas dos filhos pioram, eles chegam em casa bêbados. Mas é sempre mais confortável aceitar a versão deles: de que professores são ruins, de que a bebedeira foi episódio passageiro ou resultado da combinação de álcool com estômago vazio", diz Cleide.

Para Maria de Fátima, uma das principais conclusões de sua pesquisa é a necessidade de ampliar o acesso a informações sobre serviços existentes e, sobretudo, ampliar a oferta de tratamento ao dependente.

quarta-feira, 17 de março de 2010

PARLAMENTO METROPOLITANO DEBATE O PROBLEMA DO CRACK NA REGIÃO


 

Geraldo Amorim: autor da proposta da sessão especial do Parlamento Metropolitano

O Parlamento Comum da Região Metropolitana de João Pessoa (Parlacrem-JP) vai debater, na próxima quarta-feira (24), às 15 horas, em sessão especial na Câmara Municipal de João Pessoa, o problema do aumento da violência relacionada ao uso de crack na Região.

O Parlacrem-JP é composto pelos representantes das câmaras municipais das cidades de João Pessoa, Cabedelo, Bayeux, Santa Rita, Alhandra, Conde e Mamanguape.

A propositura para o Parlamento Metropolitano debater esse problema, que vem afligindo toda a população da região, partiu do vereador Geraldo Amorim. O órgão foi instituído há cerca de um (1) ano, com o objetivo de se tornar um fórum permanente  de discussão dos problemas que preocupam as populações das cidades que compõem a região metropolitana  de João Pessoa. O  Parlacre-JP também tem o objetivo de propor políticas públicas para mitigar as questões urbanas e rurais que permeiam a vida dos cidadãos residentes nessa área.

Geraldo Amorim disse que o debate sobre o crack no Parlacrem é pertinente, já que a população da região está sofrendo com as conseqüências do comércio ilícito dessa droga. “Não temos políticas públicas consistentes para debelar o problema, lamentou o vereador, acrescentando que “o desenvolvimento de ações nas áreas de prevenção, tratamento e reinserção social é urgente para minimizar o sofrimento das famílias que são obrigadas a conviver com usuários de drogas”.

Geraldo foi o responsável pela autoria do projeto de implantação do Conselho Municipal Antidrogas de João Pessoa (Comad). O vereador é um articulador permanente de políticas públicas nessa área e está se especializando em promoção da saúde e prevenção ao uso de drogas através de um curso ministrado em João Pessoa pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), em parceria com a FUNETEC do IFPB-Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba.

Geraldo acredita que o aumento da violência na região metropolitana está relacionado, principalmente, ao uso do crack que é uma droga com alto poder tóxico, que causa dependência química muito rapidamente forçando os dependentes a cometerem atos de infração e violência para adquirir a substância. Ele alega que, como essa droga tem o poder de causar dependência rapidamente, torna-se mais rentável para o narcotráfico do que outras substâncias, favorecendo o processo de intensificação da oferta e procura no comércio ilícito.

Estarão presentes ao debate promovido pelo Parlamento Metropolitano, as autoridades da segurança pública dos municípios que compõem a região, Ministério Público, Vara da Infância e Juventude, Arquidiocese da Paraíba. E mais: representantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), integrantes de Grupos de Ajuda Mútua, comunidades terapêuticas e lideranças comunitárias.

O debate será precedido por uma palestra do psicólogo Deusimar Wanderley, mediada pela professora Vania Medeiros, do IFPB. Geraldo informou que as soluções apresentadas serão encaminhadas às autoridades constituídas do Estado da Paraíba através de relatório.

terça-feira, 16 de março de 2010

MACONHA: A DROGA ILÍCITA MAIS CONSUMIDA NO BRASIL



Artigo enviado ao blog pelo psicólogo e advogado Deusimar Wanderley. Deusimar foi Coordenador do Núcleo de Prevenção ao Uso de Drogas e Chefe da Delegacia de Entorpecentes da Polícia Federal na Paraíba. É autor de vários livros abordando a temática das drogas e, atualmente, está elaborando o Projeto de Políticas Públicas sobre Drogas para o Governo do Estado da Paraíba.


O termo maconha não passa de uma gíria. A palavra massificou-se no Brasil onde toda a população assim a denomina. O nome científico da planta é Cannabis Sativa Linneu.

Esta droga, segundo relatos históricos é provavelmente originária da Ásia, mas atualmente é cultivada em quase todas as regiões tropicais do mundo. Contém mais de quatrocentos constituintes químicos diferentes, alguns encontrados também em outras plantas. Contudo, pelo menos sessenta destes componentes são encontrados apenas na Cannabis; são os conhecidos canabinóides. O principal deles é o Delta-9 Tetrahidrocanabinol (THC), responsável pelos principais efeitos psicoativos característicos da ação da planta.

A maconha constitui-se atualmente na droga ilícita mais consumida no Brasil. Cerca de 9,0 % dos brasileiros admitem já ter usado esta substância pelo menos uma vez na vida, segundo dados da SENAD/CEBRID - UNIFESP.

Os efeitos da Cannabis são predominantemente alucinógenos, ou seja, a mesma age no Sistema Nervoso Central provocando alucinações ou perturbações de diversos tipos. È comum o consumidor desta substância apresentar: pupilas dilatadas e avermelhadas (hipermia das conjuntivas), boca seca (xerostomia), aspecto de embriaguez, às vezes se torna extrovertido ou introvertido, tem fome exagerada (larica); sendo comum também o surgimento de amnésias momentâneas, ou seja, o consumo desta droga afeta a memória dos seus usuários quanto a lembranças recentes ou de curto prazo. Outros sintomas muito freqüentes são: distorções da percepção do tempo, risos amotivados, atenção e concentração diminuídas, dissociação das idéias, falta de coordenação dos movimentos do corpo, taquicardia, etc.

A maconha também possui na sua composição uma substância conhecida por Benzopireno, que, além de ser altamente cancerígena, também provoca a diminuição da produção de testosterona (hormônio masculino), responsável pelo desenvolvimento de vários componentes do organismo humano de forma geral. Assim o uso abusivo de maconha poderá prejudicar alguns aspectos, como por exemplo: o desenvolvimento dos músculos, o nascimento de pêlos (barba), o engrossar da fala, a produção dos espermatozóides, etc.

Alguns cientistas afirmam que uma pessoa que fuma três cigarros de maconha por dia, está absorvendo em substâncias cancerígenas o equivalente a quem fuma um maço de cigarros (tabaco) diário.

Outro aspecto importante a relatar é que, vários estudos científicos recentes atestam que:  se uma pessoa tem uma doença psíquica qualquer, mas que ainda não está evidente, ou a doença já apareceu, mas está controlada com medicamentos; o consumo da maconha piora o quadro ou faz surgir a doença, vindo a pessoa a apresentar novamente os sintomas do mal que se encontrava latente ou controlado. Este fato tem sido descrito com freqüência em relação a doença mental denominada Esquizofrenia.


Deusimar Wanderley Guedes
Psicólogo e advogado
deusimar.dwg@dpf.gov.br
 

domingo, 14 de março de 2010

LULA E OBAMA PUXAM FILA DE PRESIDENTES NA LUTA CONTRA CIGARRO


Símbolos de liderança em suas nações, mandatários se esforçam para esconder o vício de milhões de pessoas.


Como muitos outros mortais, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tenta deixar de fumar com adesivos e chicletes de nicotina, enquanto o presidente Luiz Inácio da Silva teve que cortar o tabaco, após 50 anos, por motivos de saúde.

O fumante Barack Obama diz que 'a luta contra o cigarro é algo que dura a vida toda'. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,1 bilhão de pessoas no mundo são fumantes. Depois da hipertensão, o consumo de tabaco é a maior causa de morte. O número de fumantes equivale a aproximadamente um terço da população global de 15 anos de idade. O vício abrange desde pessoas comuns às que ocupam os mais altos cargos, embora alguns se esforcem para manter escondida essa condição.

Lula não é um desses. Sua imagem inspirou a marca de charutos "Dom Lula" e o presidente fumou durante 50 de seus 64 anos de vida, indo dos pequenos charuto aos cigarros mentolados. Em janeiro, Lula teve que deixar de fumar por uma crise de hipertensão. No entanto, disse que não está tendo problemas para parar e que não precisou de pastilhas ou outros métodos de ajuda. Em setembro de 2008, o presidente defendia o direito de fumar "em qualquer lugar" e proclamava que em seu escritório mandava ele, em resposta às restrições ao uso do tabaco em locais públicos.

Obama prometeu deixar o vício ao chegar à Presidência em janeiro de 2009, mas seis meses depois reconheceu que ainda fumava de vez em quando. O presidente nem sonha em poder acender um cigarro em seu escritório, já que é proibido fumar no interior da Casa Branca desde 2006. Segundo seu médico, Jeffrey Kuhlman, o presidente, hoje com 48 anos, "goza de uma saúde excelente", mas não deve voltar atrás em "seus esforços para deixar de fumar".

Saúde em risco

Outro presidente que teve que deixar de fumar por razões de saúde foi o uruguaio José Mujica, de 74 anos. Ele costumava misturar o tabaco com as barbas do milho, um velho costume dos camponeses de seu país. Seu antecessor, Tabaré Vázquez, que deixou o cargo no dia 1º de março e é oncologista por profissão, se destacou por ser o porta-voz das campanhas antitabaco na América Latina. Segundo a OMS cerca de 36% dos homens e 25% das mulheres do Uruguai fumam.

De acordo com estatísticas do organismo, elaboradas com dados de 2007, Cuba é o país da América com mais homens fumantes (44,8%), e o Chile é o que tem mais mulheres (33,3%). Este ano a OMC dedicará o seu Dia Mundial Sem Tabaco (31 de maio) a destacar que as mulheres são, atualmente, um grande alvo da indústria do tabaco.

"Eu era uma fumante compulsiva. Fumava dois maços por dia, pelo menos, e acendia um cigarro com a bituca do outro, mas em 31 de dezembro de 1988, à meia-noite, apaguei meu último cigarro e até o dia de hoje não voltei a acender um", lembrou Cristina em julho de 2008 ao falar de dependências.

Da mesma forma que fez Obama, o chefe de Estado da Guatemala, Álvaro Colom, prometeu deixar de fumar quando chegou à Presidência em 2007, mas não cumpriu a promessa. Segundo fontes da Presidência guatemalteca, Colom segue fumando, embora cada vez menos e quase nunca em público. Outros fumantes, neste caso de charutos havanos, são os líderes salvadorenho, Mauricio Funes, e paraguaio, Fernando Lugo, embora nenhum fume em público.

Turma antitabagismo

Os governantes do Panamá, Ricardo Martinelli; da Nicarágua, Daniel Ortega, e de Honduras, Porfirio Lobo, não fumam ou pelo menos ninguém os viu fumando. O presidente da Costa Rica, Óscar Arias, não fuma, pois é asmático, e a sua sucessora, Laura Chinchila, que assumirá em maio, também não, da mesma forma que o presidente da Bolívia, Evo Morales. A tentação do presidente peruano, Alan García, parece ser a boa mesa, segundo dizem seus compatriotas.
Os presidentes Álvaro Uribe (Colômbia), Rafael Correa (Equador) e Hugo Chávez (Venezuela), apesar de suas diferenças, estão de acordo com uma coisa: não gostam de tabaco.

O presidente cubano, Raúl Castro, também nunca foi visto fumando. Mas seu irmão, o ex-presidente Fidel, foi durante anos fumante de charutos havanos. Em 1986 declarou publicamente que tinha decidido deixar de fumar e em 1997 se definiu como um "fumante retirado" que ainda sonhava "com os charutos".
"Muitas vezes sonhamos com coisas proibidas e isso é um pesadelo", afirmou Fidel. A luta contra o tabagismo é algo que dura "a vida toda", disse, por sua vez, Obama.

FONTE: ESTADÃO
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quinta-feira, 11 de março de 2010

CONSELHO MUNICIPAL ANTIDROGAS (COMAD) ENCERRA PRÉ-CONFERÊNCIAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGA

A 8ª Pré-Conferência aconteceu na Escola Municipal Darcy Ribeiro

Encerraram-se, ontem (11), as Pré-Conferências Municipais – Construindo a Política Pública sobre Drogas do Município de João Pessoa. As últimas reuniões aconteceram nas Escolas de Ensino Fundamental Darcy Ribeiro e Oscar de Castro, no Funcionários II e em Cruz das Armas, respectivamente. Segundo o presidente do Conselho Municipal Antidrogas, professor Jorge Gomes (UFPB), cerca de 500 pessoas participaram das nove (9) pré-conferências que foram realizadas em todas as regiões de ensino da Prefeitura Municipal.

O professor Jorge informou que os relatos dos representantes das comunidades apontam para o aumento da violência relacionada ao uso de drogas, principalmente o crack. “A situação mais preocupante é das escolas que estão sendo ocupadas pelo narcotráfico”, revelou. 

  Professor Jorge Gomes (UFPB), presidente do COMAD-JP

Ele acrescentou que as propostas mais comuns, reivindicadas para reverter o problema do aumento do uso de drogas nas comunidades, são a educação de qualidade e em tempo integral nas escolas públicas, capacitação com o foco na geração de renda, além da utilização dos recursos que estão ociosos nas áreas de esporte e lazer para a juventude. “Isto se pode fazer com poucos recursos e criatividade’, assinalou o professor.

Jorge informou, ainda, que a população esteve bem representada nas pré-conferências. “Tivemos a participação de estudantes, professores, profissionais liberais, lideranças comunitárias, pais, usuários, ex-dependentes e os adolescentes protagonistas”, esclareceu.

Os segmentos comunitários estiveram representados no evento

As nove conferências foram realizadas sem muito apoio institucional, mas com o estímulo e a vontade da equipe constituída por Jorge Gomes (COMAD/UFPB), Lawrencita Espínola (PAIAD/ UFPB); Socorro Caldeira (CCS/UFPB); Fabiana Uchôa Oliveira (Comad); José Marcos da Silva (Comad), Socorro Braga (Comad) e o vereador Geraldo Amorim (Comad).
 Educadoras participaram das pré-conferências

Durante o evento foram eleitos 100 delegados que vão participar, juntamente com os conselheiros do Comad e de um grupo de pessoas de notório saber na área de políticas sobre drogas, da 1ª Conferência Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas, que será promovida pelo Comad da Prefeitura Municipal de João Pessoa, nos próximos dias 25 e 26.