terça-feira, 30 de agosto de 2011

Raquel Barros: “É preciso pensar nas drogas como um problema do cotidiano e não como uma coisa do demônio”.

Entrevista no Hotel Netuanah, na Praia do Cabo Branco, em João Pessoa-PB


Crisvalter Medeiros

A psicóloga Raquel Barros, fundadora a associação Lua Nova, instalada em Sorocaba, interior de São Paulo, defendeu, em João Pessoa, no último final de semana, uma articulação imediata entre os serviços desenvolvidos pelas Coordenações de Atenção Psicossocial (CAPS), as Comunidades Terapêuticas e as ações na área de Redução de Danos, como estratégia para diminuir em mais de 50% os problemas decorrentes do uso de drogas no País.

A psicóloga Raquel Barros, reconhecida internacionalmente pelas suas ações na área do empreendedorismo social, ministrou aulas, no final da semana passada (25/26), no Centro Regional de Formação para Profissionais que Atuam na Área das Drogas (CRR), em João Pessoa. O CRR-IFPB é financiado pela SENAD-Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas, do Ministério da Justiça.

Lua Nova

A Associação Lua Nova, dirigida pela psicóloga, é uma organização não-governamental sem fins lucrativos que nasceu com a missão de fortalecer a autoestima, o espaço social, a cidadania e o direito à maternidade com responsabilidade de jovens mães em situação de risco social. A Lua Nova tem se destacado na reinserção social de jovens mães usuárias de crack. 

Marcha da Maconha

Raquel Barros disse que apoia a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) com relação a legalidade da marcha da maconha como um evento de liberdade de expressão, mas não defende a apologia às drogas. Ela acredita que nesse momento é mais interessante realizar iniciativas para articular as áreas de serviços. “Temos que ter várias estruturas de serviços funcionando adequadamente de forma integrada para desenvolver ações em conjunto, portanto, devemos fazer marchas para integrar essa rede que está desarticulada”, conclamou ela.

A psicóloga lamentou as falhas que existem atualmente nos setores voltados à atenção aos usuários de drogas. Segundo ela, a rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) é limitada, as Comunidades Terapêuticas não acolhem os usuários de forma adequada e as ações na área de Redução de Danos, politica do Ministério da Saúde, também são insatisfatórias do ponto de vista das demandas dos usuários. “Essas três áreas precisam funcionar de forma integrada para diminuir o problema do uso de drogas no País”, sugeriu.

Política Nacional

Raquel Barros teceu comentários sobre a política nacional sobre drogas, lembrando que falta regulamentação dos benefícios conquistados nos últimos anos. “Se a política é a de redução de danos, então é preciso regulamentá-la, disse ela, acrescentando que se fosse adotado criteriosamente o que está escrito na legislação, teríamos uma excelente política pública nessa área”

A psicóloga reconheceu que há avanços nas políticas públicas que devem ser enaltecidos. “A Lei propõe que haja intervenções através dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), bem como na rede SUS. “O que falta é colocar em prática o que já está na Lei, o que não acontece porque há muitos interesses em conflito”, analisou ela.

Barros destacou que a Lei atual sobre drogas tem um dispositivo muito importante para a promoção da inserção social de usuários que é o incentivo fiscal para empresas que apoiarem projetos nessa área. “No entanto, as empresas não querem envolver seus nomes em parcerias com essa causa, os empresários preferem financiar projetos voltados às crianças”, lamentou.

Raquel disse que a Lei sobre drogas não é conhecida e sugeriu que a população se mobilizasse mais para defender seus direitos nessa área, como acontece em outros países. É preciso haver mais controle social por parte dos segmentos interessados nessa área, disse.

Internação compulsória

Indagada sobre a polêmica da internação compulsória, Raquel Barros afirmou que não acredita em intervenções forçadas na área de droga. Ela alerta que é preciso evitar que o problema chegue a esse ponto porque se alguém precisa ser forçado a um internamento é porque não houve outras abordagens, ou então, elas foram feitas de forma inadequada. “Há grande preocupação é não negligenciar para que o dependente não corra risco de vida; nesse sentido, é preciso articular as redes de serviços que tem o dever de cuidar desse paciente”, destacou.

- Existem vários modelos de intervenção que devem funcionar de forma articulada e integrada. Raquel esclareceu que o usuário não deve ser visto com o olhar reducionista focado só no uso de drogas. “O usuário é uma pessoa que tem vários tipos de necessidades, precisa estudar, trabalhar e se relacionar afetivamente etc; se suas tentativas nos ambientes de tratamento não forem bem sucedidas, o problema está na falta dessa articulação dos serviços”, criticou. 

O Ministério Público em alguns Estados tem adotado a prática da internação compulsória para usuários de crack, disse Raquel, acrescentando que “isto é apenas uma demonstração de força que não vai alterar a eficácia dos modelos de tratamento”.

Segundo ela, a visão que precisa ser adotada não é a da imposição de um modelo de tratamento, mas a capacidade de poder trabalhar com o outro. Barros acredita que todos os modelos de intervenção podem ser eficientes desde que sejam implementados de forma articulada a partir de ações integradas, onde cada um reconheça seus limites e, principalmente, as necessidades do outro.

Reinserção social

Com relação a sua área de atuação específica, Raque explicou que a reinserção começa no momento em que você se aproxima do usuário para conhecê-lo e se interessar pelas suas necessidades. Segundo ela, o tratamento tem que ter como objetivo principal a reinserção, ou inserção social do individuo. “O trabalho na área de drogas só vai funcionar se você olhar para o usuário como uma pessoa que tem necessidades a serem atendidas e não apenas como um mero usuário de drogas, é preciso perceber a capacidade que ele tem para desenvolver outras habilidades que não apenas a de se drogar”, enfatizou.

Quando você consegue enxergá-lo como uma pessoa capaz de desenvolver outras habilidades, você já estará reinserindo-o no seu meio, no seu campo de interesse social, na sua ação; o próximo passo será ajudá-lo a desenvolver suas habilidades, ensinou.

- Na Lua Nova nós trabalhamos com o dependente químico estimulando-o a desenvolver habilidades produtivas para a geração de renda, esse é o nosso modelo de tratamento, informou.

Quando eles conseguem se tornar produtivos, através do processo de trabalho e geração de renda, então esses usuários começam a se reerguer como pessoa, contou Raquel.

Raquel continuou explicando que a ação da Lua Nova está focada em secundarizar a droga e focar nas habilidades que o usuário possa desenvolver.

Preconceito

Instigada a falar sobre a questão do estigma social contra usuários de drogas, Raquel explicou que o preconceito contra eles  vem da visão da demonização da droga que é transferida para o indivíduo que faz uso de algumas substâncias. “Quando não conseguimos dar conta de todos os problemas, somos forçados a excluir alguns, é isso que acontece com os usuários de drogas, são excluídos”.

O problema nem sempre são as drogas, prosseguiu, elas são apenas substâncias inertes, só causam problemas quando entram nas nossas vidas e nós não estamos com as nossas relações bem estruturadas. Para Raquel, o preconceito deve ser trabalhado mostrando-se os bons exemplos praticados pelos usuários, ao invés de estigmatizá-los apresentando suas fragilidades de forma sensacionalista. “Devemos mostrar as habilidades que eles são capazes de desenvolver, divulgar aquilo que essas pessoas são capazes de fazer quando deixam de usar drogas; isto poderá mudar o preconceito”, destacou.

Recursos Humanos

Raquel comentou o problema da formação de recursos humanos e o papel das universidades na área da drogadicção. Para a empreendedora social, a relação de demonização da droga também faz dos profissionais especialistas dessa área verdadeiros deuses.  No Brasil vigora, disse ela, a visão de que para se trabalhar com drogas tem que ser um “expert”; na verdade, isto não funciona. Raquel acredita que quanto mais alta a titulação do profissional menos oportunidade de contato com o usuário ele terá, e trabalhar com o usuário de drogas, para ela, é buscar o relacionamento com essas pessoas.

- Infelizmente, lamentou, a nossa visão é a de que é preciso ser doutor para trabalhar com alguém que usa drogas, na minha perspectiva, pelo menos, isso não funciona. “Entretanto, as universidades estão procurando novas práticas, o mesmo está acontecendo na área da política com o plano de enfrentamento ao crack, que já começa a valorizar as intervenções comunitárias como prioridade para a questão das drogas”, esclareceu.

Faltam dados científicos sobre epidemiologia do crack e as consequência da legalização da maconha, afirma Sibele Faller

Entrevista Sibele Faller em João Pessoa-PB.

Crisvalter Medeiros


A pesquisadora Sibele Faller,  do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas (CPAD) do Hospital de Clínicas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, disse que quando há um trabalho integrado em rede dos serviços de abordagem ao dependente químico, diminui o número de casos que precisam de internação compulsória.

A internação compulsória só será necessária se houver falha nas articulações da rede de atenção voltada à saúde desse usuário. Quanto mais cedo o problema do uso de drogas for identificado, o que pode ser feito através do gerenciamento de casos associado à entrevista motivacional, as possibilidades de um tratamento eficaz serão maiores, alertou.

Sibele também se reportou à questão da marcha da maconha e do movimento pró legalização dessa substância.

- Eu não tenho como me posicionar a favor ou contra a legalização da maconha, mas acho que as pessoas tem liberdade de dizer o que pensam, se são favoráveis ou não a legalização, disse  Sibele, acrescentanto que:  “Esse terreno é perigoso porque é difícil mudar o status legal de um droga se a gente não sabe quais serão as consequências para a sociedade. No Brasi, não há pesquisas sobre isso, as informações se baseiam em experiência de outros países, não temos como ter certeza que a situação aqui será idêntica a desses países”, alertou.

Faller afirmou que as experiências científicas demonstram que o aumento da disponibilidade de uma droga resulta em maior número de usuários, consequentemente mais problemas sociais e mais dependência; "no entanto, para quem já é usuário pode até diminuir o mal estar de se relacionar com uma substância ilícita, diminuindo os riscos pela exposição à violência", reconheceu.

Por outro lado, a sociedade brasileira não está preparada para enfrentar a legalização de mais uma droga, no caso a maconha. É preciso discutir muito essa questão e usar dados científicos sobre evidências de uso dessa substância para embasar qualquer decisão política. “O resultado imediato da legalização é que teremos de enfrentar mais problemas, além daqueles que já temos com as drogas lícitas”, assinalou.

Sibele Faller, que deu aulas sobre abordagens terapêuticas no  Centro Regional de Referência (CRR-IFPB) no final da semana passada (25/26) também se reportou sobre uma possível epidemia de uso de crack no País.

Segundo ela, a celeuma sobre a epidemia de uso de crack é baseada em informações veiculadas pela mídia. “Alguns profissionais reconhecem a epidemia e outros não”, ponderou.

- A UFRGS não tem dados científicos sobre o uso de crack, os milhões de brasileiros  usuários dessa droga parecem ser uma criação da mídia, disse ela, acrescentando que: “A Senad encomendou um estudo epidemiológico à Fiocruz  para mapear o número e a localização dos usuários, coordenado pelo pesquisador Francisco Bastos, a partir dos resultados, que deverão ser conhecidos só em 2012, poderemos ter uma verdade científica sobre essa propalada epidemia de uso de crack no Brasil”, explicou

Nós do CPAD, continuou, trabalhamos com a pesquisa no sentido de buscar formas mais eficientes para o tratamento que vá mais além de uma simples intervenção básica.

Aprofundando sua análise sobre o crack, Sibele explicou que essa substância, quando fumada, atinge rapidamente a corrente sanguínea e, em seguida, o sistema nervoso central, promovendo um efeito quase imediato à inalação. “Com a mesma rapidez esse efeito, que dura só alguns segundos, vai cessar gerando a necessidade de repetir a dose incessantemente; são essas características da substância que aumentam seu potencial dependógeno, o que também é inerente às condições do usuário”, detalhou.

Com relação ao tratamento do uso e dependência de drogas, de uma forma geral, Faller disse que as ações não devem ser focadas em um único modelo terapêutico. Segundo a pesquisadora,  não existe medicamento para cessar o uso de drogas, o profissional pode prescrever um remédio para diminuir a ansiedade ou a depressão, mas nada que faça interromper o uso.

Sibele é adepta do modelo psicossocial como intervenção para o usuário de drogas. Segundo ela, esse modelo exige uma estrutura integrada da rede de serviços para garantir que o usuário se sinta acolhido em todas as áreas da sua vida que estão precarizadas, e não foca apenas no uso da droga.

“Só através de uma intervenção articulada em rede é que poderemos atender às necessidades de emprego, reestruturação familiar, desenvolvimento educacional e cultural; apoio financeiro e, principalmente, sobre as questões de ordem legal já que os usuários de drogas ilícitas sempre se expõem a situações de risco e acabam se envolvendo facilmente com o crime”, destacou.

TRIBOS URBANAS USUÁRIAS DE DROGAS: UMA ABORDAGEM ALTERNATIVA


Tribo urbana usuária de crack

Artigo
Crisvalter Medeiros


No Brasil, pela sobreposição dos esforços acadêmicos dos departamentos das áreas de saúde, são mais conhecidas as abordagens médico-psiquiátricas sobre as drogas, que enfatizam os aspectos neurobiológicos do uso, abuso e dependência de drogas, que as abordagens socioculturais.

A abordagem sociocultural é uma alternativa às políticas de guerra às drogas resultantes das concepções mais tradicionais sobre esse problema.

Essa abordagem define uma cultura da dependência que se organiza através de redes complexas de confederações de “tribos” urbanas de usuários de drogas. Essas tribos são grupos sociais que se juntam voluntariamente de acordo com interesses individuais próprios e o compromisso de se apoiar mutuamente na questão do uso de drogas. As tribos produzem um inter-relacionamento intenso através do tecido social, interligadas que são por pessoas que transitam de uma tribo à outra com muita frequência, possibilitando o compartilhamento coletivo de características de uso de drogas que podem ser referidas como uma cultura, ou uma subcultura para os mais conservadores.

A pesquisadora Lia Sanicola (2008), trabalhando com o conceito de redes sociais, explica que as redes de redes, também denominadas de tribos, oferecem a muitos indivíduos um concatenamento de relações que lhes confere um sentimento de identidade e participação de um conjunto maior. “Apesar de a civilização nos ter feito esquecer muitos de nossos hábitos tribais, estes, de fato, podem ainda hoje, em determinados ambientes, prevalecer sobre a estrutura intrapsíquica dos indivíduos”, resgata.

Desde os primórdios que o homem detém essa característica de se reunir através de tribos. Partindo das tribos primitivas chegamos às formações tribais da pós-modernidade, também chamadas de subculturas ou subsociedades (metropolitanas ou regionais)  constituídas de microgrupos que têm como objetivo principal estabelecer redes de amigos com base em interesses comuns. Essas agregações apresentam uma conformidade de pensamentos, hábitos e maneiras de se vestir. As tribos urbanas mais conhecidas são os skinheds, os góticos, e os punks. Pertencer a um desses grupos não significa, efetivamente, ser usuário de drogas, no entanto, o estilo de vida alternativo termina por iniciá-los também nas práticas dessas substâncias (wikipedia). 

Segundo o pesquisador americano William White (1996), a estrutura tribal dentro de uma cultura de dependência pode ser analisada através de diversas dimensões, a exemplo da organização das identidades raciais, espacialização etc. Segundo ele, existe uma forte correlação de poder e status dentro de cada tribo de usuários e da cultura da dependência como um todo.

CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS

Países em todo o mundo classificam as drogas psicoativas em conformidade com o status social vigente em cada sociedade. No mundo ocidental as classificações mais comuns, do ponto de vista sociológico, são as drogas de celebração, no caso do Brasil as bebidas alcoólicas, cafeína e os energéticos. As drogas instrumentais, que são utilizadas idealmente de forma prescrita, sendo medicamentosas ou não; além das drogas proibidas, aquelas que se confrontam com os valores e status quo social.

DROGAS DE CELEBRAÇÃO

Assinalando melhor a questão, podemos afirmar que as drogas de celebração abrangem as substâncias psicoativas que são abençoadas pelo consumo social. Tais produtos estão fortemente integrados aos principais rituais da sociedade. São usadas sob a égide do status social e apoiadas pelos mitos de que dão lucro, geram impostos, abrem postos de trabalho, divertem, além de serem símbolos de poder, masculinidade, emancipação social para as mulheres e como respaldo de sociabilidade na adolescência.

DROGAS TOLERADAS

As substâncias psicoativas toleradas são aquelas que a sociedade interdita seu uso mais nunca ao ponto de proibi-las totalmente. O caso mais conhecido no Brasil é o do tabaco, que já foi uma droga de celebração e, atualmente, seu uso sofre forte restrição pelo processo de estigmatização. O processo de tolerância ao uso de drogas é dinâmico, podemos citar o caso da maconha que já sofreu forte repressão pelas autoridades e hoje o seu uso é dissimulado socialmente.

A transição da maconha nos Estados Unidos tem sido bastante dinâmica do ponto de vista sociológico. Por exemplo, a droga foi proibida com a aprovação da lei da Marijuana em 1937, mas ressurgiu como uma droga de celebração pela juventude como subcultura nos anos 60.  Até o final dos anos 1970, era considerada como uma droga tolerada com muitos Estados reduzindo radicalmente penas para o porte de uso pessoal, como ocorre no Brasil atualmente. Tornou-se, então, temporariamente disponível como uma droga instrumental tolerada para o tratamento de glaucoma na década de 1980; ao mesmo tempo que era estigmatizada.

Após mais de uma década do declínio do uso da maconha entre os jovens, essa droga está novamente em ascensão nesta década.  Há uma dinâmica também interessante com relação à cocaína. Nos Estados Unidos ela que passou por uma transição  semelhante de tolerância entre 1980 e 1985, quando aparece como uma substância intoxicante altamente usada entre os ricos e pessoas socialmente proeminentes. Logo em seguida, entra em período de restrição devido, principalmente, ao aparecimento dos subprodutos, a exemplo do carck, de fácil acesso às classes populares.

DROGAS DE USO INSTRUMENTAL

Sobre as drogas de uso instrumental, podemos dizer que são aquelas substâncias que os cidadãos podem legalmente obter apenas em condições muito especiais e em situações claramente definidas com relação a sua finalidade. Para as substâncias mais poderosas, a sociedade vai ditar quem pode ser usuário, especificar a dosagem  e a frequência que pode ser utilizada, o método da ingestão e de que forma o uso pode ocorrer. O melhor exemplo de droga instrumental no Brasil é o dos medicamentos usados sob prescrição médica com receita.

DROGAS PROIBIDAS

As drogas proibidas, eis o principal gargalo da sociedade com relação às substâncias psicoativas. As drogas proibidas são substâncias que uma sociedade define como tendo muito pouco ou nenhum valor utilitário e cuja presença é vista como potencialmente prejudicial aos valores da daquela sociedade e da ordem vigente.

Algumas podem ter um valor de uso instrumental restrito, como é o caso da cocaína, mas são proibidas fora destes canais de restrição. As sociedades gastam enormes recursos para eliminar a disponibilidade das drogas proibidas punindo severamente o uso, a posse e a venda dessas substâncias. No Ocidente há um leque de drogas proibidas, a exemplo do LSD, da cocaína, maconha (fase de tolerância), crack, oxi, Ecstasy, ópio, PCP (pó de anjo), etc.

Segundo William White, se afiliar a uma tribo de drogas proibidas significa se desengajar, progressivamente, da sociedade em geral ou, simplesmente, desistir da ilusão de que jamais poderia se tornar parte dessa sociedade.

Não existe uma definição racional para que uma droga seja proibida. A proibição é apenas uma decisão social em decorrência de quem usa esta substância. O álcool, por exemplo, tem uma longa tradição de droga lícita porque sempre foi usado pelos poderosos que já na antiguidade se encharcavam de vinho nos seus bacanais. Já a maconha na América sempre foi usada por setores não-hegemônicos, a exemplo de afrodescendentes e indígenas. Já na Índia pode ser encontrado o uso ritualístico dessa substância. Um dos principais gargalos das drogas ilícitas, do ponto de vista social, é que elas, mesmo proibidas, continuam sendo utilizadas.

Por serem ilícitas não dispõem de tecnologias de controle de qualidade nem de prescrição de uso para evitar efeitos colaterais, como as drogas de celebração e instrumentais. Desta forma, essas substâncias terminam produzindo mais danos do que a doença decorrente da intoxicação, contribuindo para aumentar os problemas sociais, de segurança e de saúde pública.

A legislação brasileira atual, que deixou de prender usuários por porte de drogas para atender suas necessidades próprias de dependência está em processo de tolerância com as drogas ilícitas. No entanto, o processo de estigmatização continua muito forte; ou seja, o Estado pretende controlar o uso de drogas mais pelo estigma do que pela repressão.

Este caminho pode ser menos constrangedor do que a repressão, principalmente para a juventude atual que insiste na experimentação das drogas ilícitas e no seu uso de forma recreacional (celebrativo). No entanto, é um processo tão dispendioso quanto o da guerra às drogas, pois requer um aporte considerável de recursos para controle de qualidade das substâncias (que ainda não está sendo feito), educação de usuários e, principalmente, em decorrência do tratamento da dependência química que tende a aumentar nessas circunstâncias.

A abordagem sociocultural mostra que o problema da dependência química deve considerar também aspectos que não apenas o médico psiquiátrico. O enredamento na cultura da drogadicção e a situação de pertencimento a esse meio podem ser tão importantes para o processo de dependência quanto as condições apresentadas pelas teorias tradicionais.

Portanto, para intervir no problema da dependência, sob esse olhar, se faz necessário construir a cultura do tratamento e a cultura da recuperação. A cultura do tratamento deve estar voltada aos aspectos da formação técnica e das metodogias adequadas. O papel dos profissionais seria o de desenvolver e aprimorar projetos capazes de desengajar o cliente da cultura da dependencia, reforçando, em seguida, a entrada no processo de recuperação por imersão em um ambiente que cria novas formas de pensar, sentir, e se comportar. “Como profissionais do tratamento, nós somos uma espécie de ponte humana que liga uma cultura à outra”, (White, 1996).

Segundo White, a cultura da recuperação é uma rede social informal em que as normas do grupo (padrões prescritos de perceber, pensar, sentir e se comportar) reforçam a sobriedade e a recuperação à longo prazo.

Vale salientar que a cultura da dependência e a cultura de recuperação são como gêmeos que, apesar de se espelharem entre si de várias maneiras, buscam caminhos diferentes – um nutre-se da vida, o outro leva à morte. Mesmo tendo diferentes objetivos, talvez o fato de um se espelhar no outro suavize a transição da cultura da dependência à cultura da recuperação, nas palavras de White.

O pesquisador arremata que: Como a cultura da dependência, a cultura da recuperação é um modo de vida, um meio de organizar a existência diária e um meio de ver as pessoas e os eventos no mundo exterior. É uma maneira de falar, vestir, gesticular, acreditar, trabalhar, jogar, pensar e ver com clareza o que separa aqueles em recuperação daqueles que não estão em recuperação. Como a cultura da dependência, a cultura da recuperação engloba valores, artefatos, lugares, rituais, relações, símbolos, música e arte. A cultura da recuperação, como diz White, constitui um plano de carreira alternativo para aqueles que foram enredados na cultura da dependência.

Bibliografia:
WHITE, W. L. Pathways from the culture of addiction to the culture of recovery: a travel guide for addiction professionale, second editon. Hazelden, 1996.
SANICOLA, LIA. As dinâmicas de rede e o trabalho social (trad. Durval Cordas). São Paulo: Veras editora, 2008.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tribo_urbana


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Fundadora da Ong Lua Nova, Raquel Barros, vai dar aula sobre empreendedorismo social nos cursos do CRR-IFPB na próxima quinta (25) e sexta-feira (26)


Sibele Faller (CPAD-RS) e Raquel Barros (Lua Nova)


O Centro de Referência Regional para a Formação de Profissionais na área de Drogas (CRR-IFPB) incorpora, a partir deste mês às suas atividades formativas, duas profissionais de destaque nacional. A psicóloga Raquel Barros, fundadora da Ong Lua Nova (www.luanova.org.br), em Sorocaba, no interior de São Paulo; e a pesquisadora da área de álcool e outras drogas Sibele Faller. Ela integra a equipe do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas (CPAD) que funciona no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e é vinculado ao departamento de psiquiatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS.


As aulas do CRR-IFPB acontecerão nesta quinta (25) e sexta-feira (26), no espaço educacional do Hotel Netuanah, na Praia do Cabo Branco, em João Pessoa. Os cursos ministrados são os seguintes: Curso de Aperfeiçoamento em Crack e outras Drogas para Médicos atuantes no Programa de Saúde da Família (PSF) e no Núcleo de Apoio à Saúde da família (NASF); Curso de Atualização em Atenção Integral para Usuários de Crack e outras Drogas para Profissionais atuantes em Hospitais Gerais (HG); Curso de Atualização sobre Intervenção Breve (IB) e Aconselhamento Motivacional em Crack e outras Drogas para Agentes Comunitários de Saúde e Redutores de Danos e outros Agentes Sociais; Curso de Atualização em Gerenciamento de Casos e Reinserção Social de Usuários de Crack e outras Drogas para Profissionais das Redes SUS e SUAS

Raquel Barros

Após a formação em psicologia no Brasil, Raquel Barros viveu 10 anos na Europa, onde trabalhou em entidades de tratamento de dependentes químicos. Inconformada com o insucesso dessa área, ela retornou ao Brasil para trabalhar ao lado de jovens mães em situação de risco social.

Em Sorocaba, sua cidade natal, Raquel Barros fundou a Associação Lua Nova que é uma organização não-governamental sem fins lucrativos que nasceu com a missão de fortalecer a auto-estima, o espaço social, a cidadania e o direito à maternidade com responsabilidade de jovens mães em situação de risco social. A Lua Nova possibilita a vivência prazerosa do papel materno e a formação de crianças psiquicamente saudáveis.

A Lua Nova já beneficiou 3.500 pessoas desde a sua fundação no ano 2000. O público atendido pela entidade é composto por jovens mulheres de 16 a 25 anos de idade, gestantes ou mães em situação de risco social. São consideradas situações de risco: o uso de drogas, a prostituição, a falta de moradia e a mendicância.

Sibele Faller

Psicóloga, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2005), é especialista em psicoterapia cognitivo-comportamental pela WP (2007) e mestre em Ciências Médicas e Psiquiatria pela  Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (2010).

Faller adquiriu uma grande experiência profissional na área de álcool e drogas integrando a equipe do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas (CPAD) que está localizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, vinculado ao departamento de psiquiatria da UFRGS.

Ela já desenvolveu projetos na área de dependência química, HIV/AIDS, TEPT, álcool e trânsito e crack, além de participar de vários projetos de pesquisa na UFRGS. Faller coordenou um estudo telefônico de âmbito nacional intitulado: O impacto do uso de álcool e outras drogas no trânsito brasileiro, realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trânsito e Álcool (NEPTA), em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD). Foi, também, treinada como supervisora do Serviço Nacional de Orientações e Informações sobre a Prevenção do Uso Indevido de Drogas (VIVAVOZ).

Crisvalter Medeiros

Adolescentes em situação de privação de liberdade revelam vocação artística

Tela produzida pelas adolescentes da Casa Educativa



Arte na Medida. Este é o título da exposição que a Unidade de Internação Feminina Casa Educativa, ligada à Fundação de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano, da Paraíba, estará promovendo nas próximas quinta (25) e sexta-feira (26), no hall do Hotel Netuanah, na Praia do Cabo Branco, em João Pessoa.

Os trabalhos em pintura sobre tela foram produzidos na Oficina de Artes Visuais da Casa Educativa da FUNDAC, sob a orientação da instrutora Lenina C. Lucena. As artistas são as adolescentes que cumprem medidas socioeducativas em sistema de internação com privação de liberdade.


Segundo Lenina Lucena, o evento tem o objetivo de sensibilizar a sociedade para a possibilidade da recuperação, reinserção e construção da cidadania dos adolescentes em conflito com a lei.
 

“Esse contato com a sociedade, através do seu trabalho artístico, é duplamente positivo, pois além de melhorar a autoestima, dá visibilidade a essas jovens que sempre quiseram ser vistas e respeitadas; mas no contexto em que viviam respeito era sinônimo de força física. Com este evento queremos tornar possível uma ressignificação da vida de cada adolescente que participa desta exposição”, comentou Lenina.




Lenina explicou, ainda que a Casa Educativa é a única unidade de internação para adolescentes do sexo feminino da Paraíba. A unidade oferece assessoria jurídica, atendimento psicossocial, atendimento de saúde, serviços de agentes protetivos, além de toda a assistência que a lei garante.


O evento conta com o apoio da secretária do desenvolvimento humano da Paraíba, professora  Aparecida Ramos; da presidenta da FUNDAC, Cassandra Figueiredo; da diretora da Casa Educativa, Carmita Canuto, da TV Cidade, da Prefeitura Municipal de João Pessoa, e da Coordenadora do CRR-IFPB, professora Vania Medeiros.


Crisvalter Medeiros

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

SENAD ANUNCIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DROGAS PARA O CRR-IFPB EM JOÃO PESSOA-PB

Reunião na SENAD:
Carla Dalbosco - Diretoria de Articulação e Coordenação de Políticas Sobre Drogas, Andréa Donatti Gallassi - Coordenação Geral de Capacitação, e a Coordenadora do CRR-IFPB, professora Vania Medeiros


O Centro Regional de Referência na Formação de Profissionais na área de Drogas (CRR), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), foi contemplado pela Secretaria Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SENAD), com um Curso de Especialização em Políticas sobre Drogas, a ser oferecido em João Pessoa, no próximo ano (2012).

O anúncio do curso foi feito ontem (17), em Brasília, pela Secretária Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, Paulina Vieira Duarte, em reunião no Ministério da Justiça, com a participação da professora Vania Medeiros, coordenadora do CRR-IFPB, e dirigentes do Instituto Federal de Brasília (IFB), entre eles, o Reitor professor Wilson Conciani.

Na ocasião, já foi constituída uma equipe técnica para elaboração do curso de especialização do CRR-IFPB, em João Pessoa-PB. A equipe será composta pela diretora de articulação e coordenação de políticas sobre drogas da SENAD, Doutora Carla Dalbosco, e a coordenadora geral de capacitação, doutora Andréa Donatti Gallassi.

A professora Vania Medeiros, informou, que na mesma reunião foi discutido o plano de implantação da área de saúde do IFB, especificamente em cursos de formação em drogas. O plano contempla, já para este semestre, dois Cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), na modalidade presencial, sendo um para lideranças comunitárias e outro para educadores.

Para 2012, o IFB vai oferecer um Curso Técnico em Reabilitação de Dependentes Químicos e uma Especialização para a Polícia Federal. A perspectiva, conforme foi discutido na reunião, é que se implante um programa de pós-graduação em nível de mestrado, na modalidade profissional, para policiais no IFB.


O IFB é o primeiro Instituto da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica a assumir efetivamente a formação profissional na área de drogas, que será iniciada com um projeto piloto no Campus de São Sebastião. “Está sendo realizado, atualmente, o planejamento integrado entre SENAD e IFB, com reuniões para elaboração dos cursos FIC, além de oficinas pedagógicas”, disse.

 - Estou realizada, profissionalmente, porque a inserção da formação em saúde, na área de drogas, na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, que está começando por Brasília, foi mediada pela Coordenação do CRR-IFPB, o que é uma grande conquista para a sociedade como um todo, enfatizou a professora Vania Medeiros.

A perspectiva, continuou ela, é que se implante uma subrede de educação profissional e tecnológica contemplando a área de saúde, com a inserção da temática das drogas; tudo vai depender do sucesso do projeto do Campus de São Sebastião, em Brasília, esclareceu.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

CRR-IFPB media diálogo entre SETEC e SENAD para projeto piloto de curso de reinserção social de usuários de drogas no Instituto Federal de Brasília, no Distrito Federal

Parceria SETEC-IFB e SENAD: Bons frutos nas políticas públicas sobre drogas


A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e a Secretaria Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SENAD), do Ministério da Justiça, estão vivenciando um processo de aproximação institucional que é bastante promissor para o campo da formação profissional na área de agentes que vão atuar no campo da prevenção, reabilitação e reinserção de usuários de drogas e dependentes químicos.

O diálogo entre as duas instituições está sendo mediado pela coordenadora do Centro Regional de Referência para Formação de Profissionais da Rede de Atenção a Usuários de Drogas (CRR-IFPB), professora Vania Medeiros. Segundo a professora, que atua a mais de dez anos na área da prevenção ao uso de drogas, a integração de ações educacionais entre as duas instituições poderá resultar em uma nova visão sobre a reabilitação e reinserção social de usuários de drogas e dependentes químicos no País.

Na semana passada, dia 04, a professora mediou o primeiro encontro entre a Secretária da SENAD, doutora  Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte, e o colegiado de dirigentes do IFP e representantes da SETEC, em Brasília, para discussão de um projeto em parceria que viabilizará a realização de cursos na modalidade FIC (Formação Inicial e Continuada) em Prevenção ao Uso de Drogas, além de um Curso Técnico em Reabilitação de Dependentes Químicos.

Segundo Vania Medeiros, a SETEC escolheu o Campus de São Sebastião, do IFB, para a experiência piloto em decorrência da demanda emergente apresentada pela comunidade durante a realização de audiência pública. Além disso, por ser o município onde está localizado o presídio da Papuda, São Sebastião atrai os familiares dos presidiários que se estabelecem próximos aos seus parentes apenados.

A professora acrescentou que a Administração Distrital informou que em decorrência desse movimento migratório, São Sebatião comporta, atualmente, muitos jovens em situação de vulnerabilidade social que exigem uma atenção especial das políticas públicas de Educação, Saúde e Assistência Social. “A iniciativa do fortalecimento entre a intersetorialidade das políticas sobre drogas e de formação profissional viabilizará ações estruturantes dentro do plano de enfrentamento ao uso de drogas, instituído em junho de 2010”

Desta forma, a SENAD assumiu o apoio ao projeto piloto do Campus de São Sebastião, IFB, integrando a equipe de construção do projeto político pedagógico do referido Campus. Segundo o diretor da SETEC, Alécio Trinadade, nos próximos encontros com a SENAD será elaborado um planejamento estratégico em parceria entre duas instituições para o acompanhamento do projeto piloto de São Sebatião e a formação de uma sub-rede dentro da rede dos Institutos envolvendo a formação em saúde, o que incluirá as políticas de formação profissional na atenção aos usuários de drogas e desenvolvimento comunitário. Na reunião do próximo dia 17, SETEC E SENAD definirão as normas da parceria interinstitucional.

Crisvalter Medeiros

domingo, 7 de agosto de 2011

Experiência do CRR-IFPB é apresentada aos dirigentes do Instituto Federal de Brasília

Exposição da experiência do CRR-IFPB aos dirigentes do IFB


A Coordenadora do Centro Regional de Referência para Formação de Profissionais da Rede de Atenção a Usuários de Drogas (CRR-IFPB), professora Vania Medeiros, vai orientar a implantação de cursos FIC (Formação Inicial e Continuada) na área de prevenção ao uso de drogas, no Campus São Sebastião, do Instituto Federal de Brasília (IFB). A professora Vania Medeiros realizou reuniões com a equipe administrativa do referido Campus, na semana passada, da terça à quinta-feira (02 a 04).

Durante a permanência em Brasília, a professora Vania Medeiros conheceu toda a rede multicampi do IFB e manteve os primeiros contatos com os profissionais da instituição. Ela foi convidada a apresentar a sua iniciativa do CRR, em Brasília, pelo Diretor de Planejamento Institucional da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), professor Alécio Trindade de Barros.

O Instituto Federal de Brasília (IFB) foi implantado em 2008 e está funcionando através de uma rede constituída de 8 campi (Brasília, Planautina, Taguatinga-Norte, Taguatinga-Centro, Gama, Samambaia,  Riacho Fundo I e São Sebastião). O Reitor do IFB, professor wilson Conciani, informou que na expansão III foram iniciadas as atividades de São Sebastião a partir de uma audiência pública que incluiu a área de saúde nas demandas de cursos apontadas pela comunidade. 

O Diretor de Planejamento da SETEC. Alécio Trindade,  sabendo da experiência da professora Vania Medeiros, do IFPB, sobre cursos de formação para profissionais da atenção na área de usuários de drogas, convidou-a para uma visita à rede multicampi do IFB. O evento resultou na solicitação para que a professora acompanhe a implantação de um FIC (Formação Inicial Continuada) e de um curso técnico na área de reabilitação de dependentes químicos naquela instituição.

Na oportunidade do evento, em Brasília, a professora Vania Medeiros apresentou a experiência do Núcleo de Estudos Trandisciplinares em Dependência Química - NETDEQ, do IFPB, ao Colegiado de Dirigente do IFB. No próximo dia 17, a professora Vania Medeiros retorna ao IFB para encaminhamentos relacionados à área de  formação de educadores para a condução de trabalhos de prevenção naquela rede de ensino tecnológica e a implantação da referida área no Campus de São Sebastião. 


Crisvalter Medeiros


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