sábado, 18 de fevereiro de 2012

Respostas comunitárias aos problemas sociais do País serão mostradas em evento em São Paulo

 Equipe do Respostas Comunitárias em ação

Por Crisvalter Medeiros

O Instituto Empodera e a Ong Lua Nova, de Sorocaba-SP, estarão promovendo nos dias 20 e 21 deste mês (03.2012), das 8h às 18 horas, no Teatro Grande Otelo, localizado na Alameda Nothmann, 233, em Santa Cecília/Bom Retiro, em São Paulo-SP, o evento “Respostas Comunitárias – encontro de saberes e fazeres”, sob a coordenação da psicóloga Raquel Barros e da advogada Marta Volpi.

A psicóloga Raquel Barros, através de entrevista ao jornalista Crisvalter Medeiros, do Centro Regional de Referência para a Formação dos Profissionais da Rede de Atenção aos Usuários de Crack e outras Drogas, da Paraíba (CRR-IFPB), explica detalhes sobre o evento. O CRR está apoiando o evento em âmbito local.

Crisvalter: Qual o objetivo do evento?

Raquel Barros: Esse evento tem como objetivo dar visibilidade às ações simples e de âmbito comunitário que, quando articuladas em rede, ajudam na solução de problemas complexos como droga, exploração sexual, pobreza extrema e vida de rua. Nosso interesse é mostrar quais são as respostas comunitárias e como elas são importantes para a saúde, educação, trabalho etc... Nesse sentido, estamos selecionando respostas comunitárias de todo o Brasil e da América Latina, com a finalidade de iniciar uma rede de respostas a esses problemas.

Crisvalter: Onde e como podem ser feitas as inscrições para o evento?

Raquel Barros: Existem duas modalidades de inscrições: A primeira, que será feita pelos apoiadores, para apresentar uma resposta, poderá ser realizada até o dia 18 /02/2012. A outra, que pode ser solicitada por pessoas interessadas em participar como observador, tem prazo até 15/03/2012. (No final desta matéria veja todos os detalhes para se inscrever no evento)

Crisvalter: A quem se destina esse evento?

Raquel Barros: Pessoas da comunidade, em geral, que atuem ou tenham o interesse em atuar na comunidade ou a partir dela, a exemplo de jovens, organizações, políticos etc...

Crisvalter: Quem está promovendo e financiando o evento?

Raquel Barros: O evento é uma iniciativa do Instituto Empodera (Centro de Formação em Tratamento Comunitário), com o apoio da SENAD (Secretaria Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas), Caritas da Alemanha, Artemísia, Ashoka empreendedores sociais, Natura, Renascer/Saúde Criança, Instituto Nois, Terra dos Homens, Consulado da Mulher e A Banca

Crisvalter: O que esse evento traz de inovação na área social?

Raquel Barros: O encontro pretende proporcionar um laboratório vivo de experiências partilhadas no grupo, com convidados representantes de uma ampla gama de setores sociais, promovendo uma intersetorialidade de saberes e fazeres. Os grupos convidados serão facilitadores do processo. Desta forma, além de expor e contar suas experiências exitosas (observatório), também vivenciam as mesmas e, depois, ainda têm a oportunidade de refletirem acerca das mesmas.

Crisvalter: Qual a relação deste evento com as políticas públicas de inclusão social?

Raquel Barros: Cada vez mais as organizações da sociedade civil e a população em geral tem se apoiado nos desenhos das políticas públicas, que oferecem um leque considerável de opções. Estamos propondo a formação de uma rede de respostas que, se integradas, poderão solucionar questões complexas e transformar-se em boas práticas para as políticas sociais, de saúde e direitos humanos.

Crisvalter: Qual a relação com as políticas públicas sobre drogas, especificamente?

Raquel Barros: Pretendemos oferecer respostas e ações simples que possam compor o atual plano de enfrentamento ao Crack, lançado pela presidente Dilma, no final de 2012. Todos nós, sociedade civil e cidadãos, devemos e podemos cooperar para que esta questão seja transformada.

Crisvalter: Qual foi a inspiração para esse evento, ou seja, de onde surgiu a ideia?

Raquel Barros: Desde 2008, o Instituto Empodera vem atuando na formação de líderes comunitários e agentes. Durante este período, conseguimos coletar experiências criativas e simples em diversas Regiões do Brasil e integrá-las. Compartilhamos experiências e estreitamos vínculos e as relações com cada uma delas e percebemos a importância e o poder das mesmas para questões complexas como uso de drogas, exploração sexual etc.. Surgiu, então, o desejo de multiplicar e compartilhar essas respostas comunitárias.

Crisvalter: Quais os principais atores desse evento e como você pretende fazer a articulação nacional para reuni-los?

Raquel Barros: O evento contará com representantes do Poder Público Federal, Estadual e Municipal, além de empresários, ONGs, instituições de fomento e atores da comunidade.

Crisvalter: O que você destaca da programação?

Raquel Barros: A programação do evento contará com diálogos, intervenções, vivências, integrações, exposições e muita troca de conhecimento e aprendizagem. Será um evento participativo, onde a apresentação das respostas será também uma maneira vivencial, fazendo com que surjam novas perguntas e novas respostas, com o intuito de multiplicar saberes para ampliar e fortalecer a rede.

Crisvalter: Quais as expectativas?

Raquel Barros: Queremos promover a integração entre estes diversos setores e os atores comunitários; buscando, sobretudo, a elaboração de um cardápio de respostas factíveis e viáveis em termos econômicos e metodológicos que possa ser facilmente replicado pelos atores. Também queremos dar uma maior visibilidade a todas as ações.


Crisvalter: O que você acrescentaria...?

Raquel Barros: Gostaria de acrescentar que durante os dois dias do evento, circulará uma moeda social com a qual será possível acessar as atividades e comprar na praça de alimentação que será organizada por grupos produtivos de mulheres.

MODALIDADES DE INSCRIÇÃO NO EVENTO:

A equipe responsável pelo “Respostas Comunitárias” vai selecionar 15 respostas inscritas, em todo o País, para receber o apoio para participar do evento em São Paulo (passagem, hospedagem e alimentação). Siga o roteiro.

Passo a passo para apresentar uma resposta através dos apoiares:

1 – Busque por meio de suas redes as Respostas existentes em seu município, na sua comunidade, no seu projeto. Faça uma lista de pelo menos 15 pessoas para contatar.
2 - Marque 06 entrevistas, preferencialmente com pessoas físicas e não jurídicas. Se marcar com uma organização, além de gravar ou somente conversar com o responsável pela organização, entreviste principalmente quem desenvolve as atividades ou participa delas.

3 - Utilize uma câmera fotográfica digital simples para gravar as entrevista das pessoas que autorizarem a utilização da imagem (o termo de uso de imagem, que deve ser assinado por todos os entrevistados, está disponível na página do evento), quem não quiser expor sua imagem pode gravar somente a voz por celular, maquina digital ou gravador portátil. Se possível tire 05 fotos diferentes da pessoa e/ou organização.

4 – Escolha gravar no local de atuação da pessoa, criando um cenário com as peças ou recursos que ela utiliza em sua atuação. Prefira locais fechados e com pouco barulho, tenha cuidado com a iluminação, verifique antes de iniciar se o áudio e o vídeo estão bons. Oriente a pessoa que fale alto e posicione a câmera a sua frente para que ela olhe para a câmera de frente.
5 – Faça gravações de no máximo 15 minutos com boa resolução.

6 – Tenha cuidado para nunca falar ao mesmo tempo da pessoa entrevistada, faça as perguntas, escute a resposta até o final e depois complemente sua pergunta ou faça outra (roteiro na pagina do evento).

7 – Antes de iniciar a entrevista se apresente, fale um pouco sobre a Lua Nova e sobre a proposta do evento, informe também que as fotos e vídeos estarão disponíveis no site do evento: (http://www.wix.com/luanova2011/respostascomunitarias) e no Facebook (Respostas Comunitárias). Se possível, leve estas informações impressas.

8 – Após realizar as entrevistas, envie o material por meio do site: www.dropbox.com, o site está em inglês, caso prefira, na parte direita inferior pode optar pelo espanhol. Antes de iniciar, precisa criar uma conta, na parte direita superior tem um link LOG IN e click no link CREATE NA ACCOUNT. Depois de criada a conta, clique em FILES e depois faça o UPLOAD dos arquivos. Depois compartilhe, ou seja, clique em SHARE A FOLDER para compartilhar a pasta, e INVITE TO FOLDER para compartilhar um vídeo especifico.

ATENÇÃO: Caso conheça outro recurso da internet que possa utilizar para encaminhar os vídeos, fique à vontade para utilizá-lo.

09 - Concluído o processo, envie um e-mail para Marta Volpi (marta.empodera@gmail.com) informando o envio do vídeo e solicitando confirmação do recebimento.

10 - As respostas deverão ser enviadas ate o dia 18 /02/2012, o resultado da seleção ocorrera no dia 01 de marco de 2012.

11 - Para se inscrever como participante, preencher o formulário de inscrição disponível em: http://www.wix.com/luanova2011/respostascomunitarias, até o dia 15/03/2012.

12 - O evento não terá custos para os participantes, porém toda a alimentação será oferecida por “respostas” de grupos produtivos na área de alimentação, apoiados pelo “Consulado da Mulher” e “ ITCP” da FGV. Estes alimentos serão vendidos em uma praça organizada dentro do evento e só será possível comprá-los com a moeda comunitária que circulará internamente. Um banco de troca de reais por moedas alternativas estará à disposição durante o evento para todos os participantes.

Click para ver programação do evento:

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

DIRETOR DE COMUNIDADE DE RECUPERAÇÃO DE DEPENDENTES QUÍMICOS, DOS ESTADOS UNIDOS, MINISTRARÁ CURSO EM SÃO PAULO

Fillipe Valentine: Diretor do CCAR - Connecticut

Fillipe Valentine é diretor executivo da Comunidade de Recuperação de Dependentes Químicos de Connecticut (CCAR), desde 1998. O CCAR vislumbra um mundo onde o poder e a esperança da recuperação da dependência de álcool e de outras drogas são valores reconhecidos e abraçados.

Mr. Valentine está em recuperação do alcoolismo e do uso de outras drogas desde 28 de dezembro de 1987. Frente ao CCAR, ele tem se preocupado com duas prioridades: dar um rosto e uma voz à recuperação e oferecer serviços de apoio às pessoas em recuperação. O método do CCAR não se concentra sobre a patologia do indivíduo, mas sobre o seu potencial de recuperação.

Mr. Valentine concedeu entrevista, através da internet, ao jornalista Crisvalter Medeiros, assessor do Centro Regional de Referência para Formação Permanente da Rede de Atenção aos Usuários de Crack e outras Drogas da Paraíba.

ENTREVISTA:

Crisvalter – Mr. Valentine, no Brasil nós conhecemos o conceito de recuperação de dependência química disseminado pelos Alcoólicos Anônimos (AA), que é um conceito de abstinência do uso de álcool e outras drogas. Advocacy da Recuperação tem o mesmo significado?

Phillip Valentine: Nos EUA, nós descobrimos que AA é uma das várias maneiras para se alcançar a recuperação. Nós gostamos de dizer que há múltiplos caminhos para a recuperação. Minha organização, CCAR-Comunidade para Recuperação de Usuários de Drogas de Connecticut, adotou o conceito de que "você está em recuperação, se você diz que está". A maioria das pessoas aqui diria que a abstinência é a melhor maneira, mas não necessariamente o único caminho. A minha recuperação começou em AA, nos 12 Passos e na abstinência.

Crisvalter – Qual é a diferença entre recuperação e tratamento para vocês?

Phillip Valentine: O tratamento inicia o processo de recuperação. Para algumas pessoas em recuperação à longo prazo, algo em torno de cinco anos sem apresentar sintomas do uso da substância, o tratamento foi a forma como elas começaram a recuperação. Mas é preciso reconhecer que a maioria das pessoas em recuperação à longo prazo nos EUA nunca teve um episódio de tratamento. A recuperação é uma mudança completa no estilo de vida da pessoa, na qual ela passa a ter uma relação saudável, em geral de abstinência, com o álcool ou outras drogas e esforça-se para alcançar uma melhor saúde global (física, emocional, espiritual), além de se tornar um cidadão contribuinte. A recuperação é muito, muito mais do que o tratamento.

Crisvalter – Qual é a visão de tratamento profissional para abuso e dependência de drogas nos Estados Unidos, atualmente ?

Phillip Valentine: Eu não acho que posso falar como profissional do tratamento da dependência, nem falar para esse segmento. No entanto, a comunidade de recuperação, junto à qual nós atuamos, está muito satisfeita com o trabalho que fazemos. O tratamento é fabuloso para iniciar a recuperação. Claro que gostaríamos que houvessem mais opções e mais disponibilidade de tratamento.

Crisvalter – O que é uma Comunidade de Recuperação?

Phillip Valentine: Uma comunidade de recuperação é um grupo formado por pessoas que se comprometem em compartilhar experiências com o objetivo de ajudar a outras pessoas. Elas querem dar esperança ao colocar um rosto e uma voz na recuperação, contando as suas histórias publicamente ou prestando serviços de apoio que podem ajudar a outros indivíduos a se manterem em recuperação, uma vez que o processo de recuperação foi iniciado. Elas também recebem algum apoio mútuo em retribuição.

Crisvalter - Quem são os membros de uma Comunidade de Recuperação?

Phillip Valentine:  A maioria das Comunidades de Recuperação é formada por pessoas que estão em recuperação, as pessoas que abandonaram o álcool e outras drogas e agora estão trabalhando para melhorar suas vidas. Pessoas que se auto-identificam como fazendo parte daquela comunidade, mesmo que não tenham tido problema com drogas; esses são os familiares, amigos e aliados.

Crisvalter  - Qual é o papel de um profissional da saúde em uma Comunidade de Recuperação?

Phillip Valentine: Nós entendemos que é um papel limitado, a menos que ele seja uma pessoa também em recuperação. A Comunidade de Recuperação cuida de si  mesmo.

Crisvalter  - Qual a relação entre Comunidade de Recuperação e Grupo de Ajuda-Mútua ?

Phillip Valentine: Muitos daqueles que estão em uma comunidade de recuperação são de grupos de ajuda mútua, a exemplo do AA, NA, CA etc. Contudo, a comunidade de recuperação inclui todos os membros de grupos de 12 passos, seja um usuário de álcool ou de qualquer droga, cocaína, maconha, crack e outras; temos também aquelas pessoas que estão em recuperação através da intervenção medicamentosa. Há pessoas que fundamentam sua recuperação em alguma crença, na  fé religiosa, através da música, do esporte, do trabalho ou de uma atividade científica etc. A recuperação é uma construção bem mais ampla do que um grupo de mútua ajuda. A comunidade de recuperação é abrangente e acolhe a todos. É minha convicção que os grupos de ajuda mútua (como AA) não se opõem ao nosso trabalho e desejam o nosso sucesso.

Crisvalter: Quais são as ações de base para organizar uma comunidade de recuperação?

Phillip Valentine: Vou responder por etapas: 1. Encontrar pessoas, pode ser um pequeno grupo, que comunguem das mesmas opiniões, que compartilhem as mesmas paixões e ideias, que estejam dispostas a se tornarem visíveis mostrando a cara e a sua voz, com relação aos seus problemas de drogas. 2. Iniciar o trabalho com um ou dois projetos e tentar desenvolvê-los muito bem. Dar continuidade a esses projetos. 3. Quando esses projetos iniciais estiverem consolidados, você pode atrair mais pessoas para a causa e continuar a consolidação do projeto.

Crisvalter: Que tipos de serviços, ou ajuda, podem ser desenvolvidos em uma Comunidade de Recuperação?

Phillip Valentine: Temos um setor que trabalha essa área, que chamamos de Organização de Comunidades de Recuperação (RCO), que desenvolveu uma variedade de serviços: suporte à recuperação por telefone, ajudando às pessoas nas suas residências; apoio às pessoas para conseguirem trabalho, formação em recuperação através de uma variedade de workshops; apoio para formação de grupos de recuperação, apoio através da internet, apoiar eventos sociais livres de álcool e outras drogas, falar publicamente contando histórias de recuperação, e muito mais ...

Crisvalter - Que tipo de treinamento é necessário para preparar uma pessoa para atuar junto a uma Comunidade de Recuperação?

Phillip Valentine:  Muito pouco. Normalmente o treinamento consiste em mostrar a causa que a organização defende. Às vezes, nós treinamos as pessoas sobre a forma de como falar em público para poderem contar a sua história de vida. Fora isso, cada pessoa traz o seu próprio talento e habilidade que são importantíssimos para a organização da comunidade de recuperação. Algumas habilidades são encaminhadas ao RCO para descobrir como serão melhor utilizadas.

Crisvalter: Como lidar com o problema do anonimato que existe nos grupos de mútua ajuda, a exemplo do AA, em uma Comunidade de Recuperação?

Phillip Valentine: Nós defendemos que participar da organização de uma Comunidade de Recuperação não é para todas as pessoas. No entanto, quando você decide dar um rosto e uma voz à recuperação, contando a sua história em público, oferecendo-se como a prova viva de que a recuperação é real, voce está se dispondo a fazer parte de um movimento de vanguarda, está se disposto a sair do esconderijo e fazer uma mudança positiva. As pessoas que agem desta forma contribuem para que a mensagem da recuperação possa ressoar junto a outras vozes. Depende de você querer fazer isto, de querer participar. Algumas pessoas vão sempre preferir permanecer anônimas, isto também é válido, nós respeitamos a vontade delas.

Crisvalter - Qual a relação entre as Comunidades de Recuperação e a proteção dos Direitos Humanos?

Phillip Valentine: De um modo geral, eu diria que todas as organizações comunitárias de recuperação acreditam que cada indivíduo tem o direito inerente de se recuperar. Nós, como advocates (ativistas) da recuperação, acreditamos que temos que remover barreiras e obstáculos para que a recuperação da dependência química seja cada vez mais uma realidade neste País (EUA). Isso pode ser um trabalho difícil e desafiador.

Crisvalter: Em uma sociedade onde existe um forte preconceito contra a dependência química, que ainda discrimina as pessoas em recuperação, qual o papel de Advocacy da Recuperação?

Phillip Valentine: É dar esperança para aqueles que ainda estão sofrendo com o problema. É colocar luz sobre as trevas.

Cirsvalter -  Finalmente, como você se envolveu com Advocacy da Recuperação?

Phillip Valentine:  Quando eu comecei a participar desse movimento, eu já tinha cerca de 12 anos na recuperação. Foi uma luta interna, comigo mesmo. Eu sempre acreditei (e ainda acredito) que o maior propósito que eu posso ter para a minha vida é estar disponível para falar sobre a minha recuperação. No início eu achava que em muitos aspectos o ativismo de advocacy da recuperação parecia um contra-senso relacionado aos programas baseados no anonimato, e isso me incomodava bastante. Ao longo dos anos, eu comecei a adquirir paz sobre o que eu faço e, principalmente, sobre quem eu sou. Eu já contei a minha história a milhares e milhares de pessoas e sinto que Deus tem me abençoado profundamente por me usar desta maneira. Mas a história ainda não terminou, ainda há muita coisa para acontecer...

Crisvalter - Mr. Valentine, foi um prazer entrevistá-lo, muito obrigado.

São Paulo vai sediar, em evento, o maior laboratório de experiências comunitárias do País

Disseminação das ações da Lua Nova

Nos dias 20 e 21 do próximo mês, das 8 às 18 horas, o Teatro Grande Otelo, na Alameda Nothmann, 233, em Santa Cecília/Bom Retiro, São Paulo, vai sediar o evento: Respostas Comunitárias – encontro de saberes e fazeres. A iniciativa será uma grande exposição de ações comunitárias, desenvolvidas de forma simples e articuladas em rede, com o objetivo de solucionar problemas complexos como drogas, exploração sexual, pobreza extrema e vida de rua, no Brasil e em outros países da América Latina.

Os organizadores do evento, o Instituto Empodera e a Ong Lua Nova, com base em Sorocaba-SP, querem dar transparência a um laboratório vivo de experiências inusitadas, que estão disseminadas em âmbito nacional. Essas experiências realizadas, muitas vezes, de forma não institucionalizada, representam diversos setores sociais que, atuando em rede, buscam promover através das condições disponíveis na comunidade, uma intersetorialidade de saberes e fazeres visando ao bem da coletividade.

A coordenadora do Instituto Empodera, Marta Volpi, ressalta que o evento propõe a formação de uma rede de respostas comunitárias que, quando integradas, poderão solucionar questões complexas e transformar-se em boas práticas para as políticas públicas nos âmbitos sociais, de saúde e de direitos humanos.
As inscrições para o respostas comunitárias deverão ser feitas até o próximo dia 18, mediante o cumprimento de pré-requisitos que podem ser verificados na página:  (http://www.wix.com/luanova2011/respostascomunitarias). Serão selecionadas 15 ações para serem apresentadas no evento, com o financiamento de passagens áreas e estadia para o responsável pela ação. A divulgação dos resultados está prevista para o dia 1º de março. Já as inscrições de participantes podem ser feitas até o dia 15, do mesmo mês. As inscrições das repostas deverão ser confirmadas através do e-mail (marta.empodera@gmail.com). As inscrições são gratuitas e haverá, no local, uma praça de alimentação onde só circulará moeda alternativa.

Da programação do evento constam: diálogos, intervenções, vivências, integrações, exposições e muita troca de conhecimento e aprendizagem. Podem participar jovens atendidos pelos programas sociais, organizações, políticos, além de pessoas da comunidade que desejam atuar em rede, ou que já estejam desenvolvendo alguma ação com as características exigidas.

A iniciativa conta com o apoio de uma ampla rede formada por instituições, entidades e empresas, a exemplo da SENAD, Caritas da Alemanha, Artemísia, Ashoka empreendedores sociais. E mais: Natura, Renascer/Saúde Criança, Instituto Nois, Terra dos Homens, Consulado da Mulher, a Banca, dentre outras.

Os organizadores têm a expectativa de que o evento promova a integração entre os diversos setores que vão participar e os atores comunitários; também esperam que seja editado um cardápio, de respostas factíveis e viáveis em termos econômicos e metodológicos, que possa ser facilmente replicado pelos atores comunitários, além de dar maior visibilidade a essas ações.

Vale salientar que, desde 2008, o Instituto Empodera vem atuando na formação de líderes e agentes comunitários. Durante este período, conseguiu coletar experiências criativas e simples em várias regiões do País, buscando integrá-las. “Compartilhamos dessas experiências, estreitando os vínculos através das relações com cada uma delas; desta forma, percebemos a importância e o poder que essas ações têm para solucionar questões complexas como uso de drogas, exploração sexual, pobreza extrema etc”, enfatiza Marta Volpi. Mais informações:

Marta Volpi:
Telefones para contato:
(015)9724-0406
(11)2374-3342
Skype: marta.volpi