segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O professor Nelson Perez, do Minnesota Recovery Connection, fala sobre organização de comunidades recovery





O professor Nelson Perez, do quadro dirigente da Minnesota Recovery Connection, uma comunidade “recovery” dos Estados Unidos,  e professor da Minneapolis Community & Technical College (MCTC), quando esteve em João Pessoa para ministrar a primeira oficina de “Recovery”, na Paraíba, nos dias 06/07 de agosto, conceu deu a seguinte entrevista:


P. Professor Nelson, o que é uma Organização Comunitária Recovery?


R. Uma organização Comunitária de Recovery (OCR) é uma organizacao não governamental independente, liderada por representantes da communidade de recuperação local. Estas organizações deselvolvem atividades de advocacy de políticas focadas em recovery, realizam programas de educação comunitária e de extensão com foco em recovery, e / ou fornecem serviços de suporte de recovery baseado em pares (P-BRSS). A comunidade recovery inclui as pessoas em situação recovery a longo prazo, suas famílias, amigos, aliados e profissionais, além de incluir entidades que adotam caminhos que refleltem estratégias recovery  religiosas, espirituais e seculares para o problema do uso de substâncias. A única missão de uma OCR é mobilizar recursos dentro e fora da própria comunidade recovery para aumentar a prevalência e a qualidade das maneiras de se recuperar do uso de álcool e outras drogas a longo prazo. A educação pública, defesa de políticas e serviços de apoio de recuperação baseado em pares são as estratégias através das quais esta missão é alcançada.



P. Quantas organizações comunitárias de recuperação existem nos Estados Unidos?



R. Há uma série de organizações nacionais, algumas com filiais estaduais e municipais, cujo foco principal é sobre as necessidades dos indivíduos, famílias e comunidades que procuram ajuda para se iniciar em recoverya ou, de alguma forma, já estão se recuparando de álcool e outras drogas. O Conselho Nacional de Alcoolismo e Dependência de Drogas (NCADD), fundada há 60 anos, pode ser descrito como a primeira organização comunitária recovery moderna dos Estados Unidos. Hoje, muitos de seus afiliados têm gerado ou operarado como organizações comunitárias Recovery. Houve um crescimento recente em novas organizações de apioio com base em advocacy e recovery, associadas a nível nacional através das atividades da ONG Caras e Vozes Recovery (Faces & Voices of Recovery). Algumas dessas organizações operam em nível estadual ou como afiliadas locais e / ou de uma cidade, como FAVOR-SC, com quatro filiais locais; Pessoas Defendendo Recovery (KY), com seis unidades; e Alabama Voices para recovery, com três unidades. Além disso, um subconjunto de OCRs surgiu a partir de iniciativas com foco em recovery, a exemplo de Aliança Nacional dos Advocates da metadona (www.methadone.org), dos advocates para recovery através da medicina (ARM) (www.methadonetoday.org / armhelp.htm); a Aliança Nacional dos Advocates para Tratamento de Buprenorfina (NAABT) (www.naabt.org) e do Centro de Recurso para a Dependência de Opióides http://www.methadone.net. Todas essas organizações fornecem apoio para aqueles em situação recovery, com assistência de medicação. Outras organizações nacionais, algumas com filiais estaduais e municipais, estão focados em apoiar recovery de determinados grupos étnicos. Um exemplo é o “Bison” Branco (http://www.whitebison.org/ ), cuja missão é focada na defesa e apoio de recovery para comunidades indígenas. Ao todo, existem mais de 175 organizações recovery, atualmente, nos E.U.A.



P. Como essas organizações comunitárias de recovery são formadas?



R. Organizações comunitárias de recovery são geralmente geradas por pessoas em recuperação pessoal e / ou familiar, em resposta a necessidades não satisfeitas das comunidades locais. Eles atuam frequentemente como advocacy de forma voluntária e organizações de serviço por algum tempo antes que eles tenham financiamento para apoiar suas atividades de uma forma mais efetiva. A ONG Caras e Vozes para Recovery fornece o tecido de ligação entre esses grupos a nível nacional. Um diretório destas organizações está postado no website de caras e vozes para recovery (www.facesandvoicesofrecovery.org). Se não houver um RCO em sua comunidade, considere isso como uma oportunidade de início. Documentos que descrevem a história de advocacy de  apoio de pares como recursos para iniciar uma RCO também estão postados no site de caras e e vozes para recovery.



P. Quais são os elementos centrais de uma Organização de Comunidade Recovery?



R. Em nosso trabalho com RCOs, em todo o país, acreditamos que há três características que distinguem RCOs de outras organizações preocupadas com outros problemas relacionados com droga e álcool:



1 – Visão sobre recovery: A RCO, seus líderes e seus membros, têm um único objetivo que é aumentar a quantidade e a qualidade do apoio disponível para as pessoas que procuram e experimentam a recuperação a longo prazo para o uso de álcool e outras drogas.


2 – Voz autêntica: Isto significa que uma RCO representa uma ou mais comunidades de recuperação. Há alguns que aspiram a representar a maior diversidade possível das comunidades (por exemplo, caras e vozes, CCAR, PRO-ACT), mas essa maioria representa apenas uma parte do total. Autenticidade vem da conexão a uma ou mais comunidades de Recovery e não a representação de todas essas comunidades. As organizações não devem ser excluídas da definição RCO se eles representam um reduto específico. Uma RCO alcança autenticidade representando diversas comunidades Recovery (ou diversas vozes recovery dentro de uma construção específica) e assegurando que os seus líderes representem, fielmente, as vozes dessas comunidades. Uma  RCO é liderada  pelo seu conselho de diretores, gerentes, funcionários, voluntários e membros e pela maioria de pessoas que representam as comunidades locais de recuperação. O quadro de servidores de uma RCO é escolhido pela ​​auto-identificação como pessoas em Recovery a longo prazo, familiares, amigos e aliados que oferecem a si mesmos e suas histórias pessoais como prova do poder transformador de recovery. Organizações saudáveis ​​se esforçam para incluir as pessoas que representam diferentes estilos e formas de recovery, bem como a diversidade de idade, sexo, etnia, orientação sexual e filiação política e religiosa. As vozes de indivíduos e familiares afetados por álcool e outras drogas são destaque em todos os níveis da organização. RCOs competentes dão oportunidades para que as vozes das pessoas que experimentaram todas as formas de recovery sejam ouvidas e levadas a sério nos serviços de educação pública da organização, advocacy e apoio de recovery; em resposta aos mais amplos aspectros de necessidades de recovery da comunidade.


3. Independência: Acreditamos que uma RCO é mais credível e eficaz como uma entidade autônoma. As principais RCOs estão abertas a vários níveis de colaboração com uma grande variedade de outras organizações, mas não podem estar sob o controle de uma organização que pode ter interesses conflitantes. Por exemplo, RCOs podem trabalhar em estreita colaboração com as instituições prestadoras de serviços na ára de tratamento da toxicodependência, mas devem se manter independentes. A força real de uma RCO é desenhada não pelas suas ligações com outras organizações de serviço, mas a partir da voz autêntica dos indivíduos na comunidade recovery que se relacionam com ela e apoiam-na. Uma RCO serve como uma ponte entre diversas comunidades recovery: a comunidade de tratamento da toxicodependência, as agências governamentais, o sistema de justiça criminal, a grande rede de prestadores de serviços e sistemas de saúde, bem como da assistência social e direitos humanos. Uma RCO deve estar relacinada com os serviços de reinserção social de forma ampla, a exemplo de entidades que apoiam projetos de habitação, educação, emprego, renda e lazer. Uma RCO pode efetivamente recrutar membros das comunidades locais de recuperação para advocacy em favor das necessidades de quem procura recuperação, bem como superar as dificuldades para quem procura serviços recovery pagos. A RCO contrata prestadores de serviços na área de tratamento clínico, oferecendo aos clientes uma forma viável de apoio em recuperação antes, durante e após o tratamento e, em alguns casos, como uma alternativa para o tratamento convencional.



P. Quais são as principais estratégias de RCOs?



R. Segundo White & Taylor (2006), há 8 estratégias centrais de RCOs:

• Construir, organizar o desenvolimento de líderes na comunidade, oferecer oportunidades para pessoa em situação de recovery expressarem suas vozes na coletividade e proporcionar um fórum para os serviços da comunidade.

• Advocacy de representação significativa e dar voz para as pessoas em recovery a longo prazo e seus familiares sobre questões que afetam suas vidas.

• Avaliar as necessidades relacionadas com a adequação e qualidade dos serviços de tratamento e apoio em recovery na comunidade.

• Educar o público, os políticos e prestadores de serviços sobre a prevalência das múltiplas vias de recovery para pessoa com problemas de uso de álcool e outras drogas.

• O desenvolvimento de recursos humanos e físicos para expandir o apoio filantrópico e público para tratamento da dependência, serviços de apoio para a recuperação e advocacy da recuperação, bem como o estímulo às ações voluntárias nas comunidades locais de recuperação.

• Advocacy de mudanças políticas em nível local, estadual e federal que promovam a recuperação e eliminem os obstáculos para a recuperação.

• Celebrar recuperação da dependência através de eventos públicos que oferecem testemunho vivo do poder transformador da recuperação.

• Apoiar as ações científicas que contribuem para a evolução das estratégias eficazes e os processos de recuperação a longo prazo.


P. Quais os pontos mais importantes dessas iniciativas?



R. Os pontos mais central dessas atividades são:



1 -A educação pública, advocacy de políticas e serviços de apoio de recovery com base em pares.


2 - Educação Pública e Política de Advocacy: Advocacy pode assumir muitas formas, mas a maioria das RCOs atua na educação do público, procurando "dar um rosto positivo e voz autêntica à recuperação", usando uma vanguarda de indivíduos e famílias dispostas a oferecerem suas histórias de vida como testemunho de que recovery a longo prazo é uma realidade. O foco da educação pública e na divulgação está em comunicar a realidade de recovery para a dependência química de longo prazo e os muitos caminhos e estilos de recovery para a cultura como um todo, para a política, a mídia e as comunidades locais. Esta educação se destina a substituir o pessimismo com a esperança e poder de cura de recovery e combater o estigma associado à dependência. Recovery oferece à sociedade em geral uma solução altamente visível para os graves problemas associados ao álcool e outras drogas. Provavelmente, a mais conhecida dessas atividades é a observância do mês de setembro, como a data nacional de recovery para a toxicodependência de álcool e outras drogas.


3 – Advocacy de políticas públicas que tem como objetivo a promoção de políticas que ampliam as portas de recovery e garante recursos para melhorar a qualidade da recuperação a longo prazo, acabando com as políticas discriminatórias. Como exemplo, podemos citar o trabalho de  Faces & Voices que luta pela manutenção do financiamento para o programa do governo federal para Serviços de Recovery da Comunidade (RCSP) e restauração dos direitos dos estudantes com condenações por uso de drogas, com financiamento do governo federal;
bem como muitas outras entidades que defendem o seguro médico para tratamento da dependência; a RI Cares, que ajudou a derrubar a proibição do direito de voto para os criminosos; Comunidade Connecticut para Recovery de Dependentes (CCAR), que influenciou o processo de perdão do Estado; Coalizão de Dependentes de Delaware, que ajudou a remover os obstáculos à reinserção no trabalho para as pessoas com condenações criminais; e Amigos de Recovery VT , que garantiu financiamento estatal para nove Centros Comunitários de Recovery.
 

4 - Serviços de Suporte para Recovery (no mesmo nível de recovery com apoio de páres). Esta é uma das tendências recentes mais significativas no campo da intervenção de dependência envolvendo as políticas de saúde mental, saúde pública, e os campos de bem-estar infantil. Estes serviços de apoio de recovery com base nos pares são distintos dos serviços clínicos profissionais que são administrados por organizações de tratamento da toxicodependência ou de outras instituições de assistência. Os serviços de suporte para recovery baseados em pares cobrem uma ampla gama de atividades; sendo, geralmente, oferecido por entidas não oficiais de tratamento. Tais serviços incluem a apoio dos pares, treinamento de recovery, habitação, transporte, formação profissional, serviços de emprego, suporte por telefone, grupos de apoio, sistema de consulta à internet para disseminação de recursos para recovery, treinamento de habilidades para a vida e atividades sociais de maneira sóbria. Uma tendência recente, neste campo, é a prestação destes serviços através de centros comunitários de recovery. Um modelo para um Centro de Comunidade Recovery pode ser encontrado no site da CCAR no http://ccar.us/recoverycntrs.htm



P. Como as organizações comunitárias de recovery diferem de serviços de tratamento da toxicodependência e das sociedades de ajuda mútua para a recuperação?



R. As RCOs assumem muitas formas, mas como um todo diferem significativamente das organizações de tratamento da toxicodependência e dos grupos de ajuda mútua. Como observado anteriormente, RCOs são independentes, o que significa que elas geralmente não fazem parte de organizações envolvidas em atividades para além da educação pública e da política de advocacy com foco em recovey e dos serviços de suporte de recovery baseado em pares. Elas são lideradas por indivíduos representativos da comunidade recovery. Elas estão comprometidaa com as mudanças sociais relacionadas a recovery (por exemplo, a educação da comunidade com foco em recovery, advocacy de políticas públicas a favor de recovery), bem como investimento em recursos consideráveis ​​na organização de recovery dentro de suas comunidades locais. As RCOs não são programas de recuperação pessoal nem promovem um caminho específico para a recuperação (por exemplo, os voluntários RCO não agem como patrocinadores dos Doze Passos em seu papel voluntário). As RCOs celebram as múltiplas vias de recursos de recuperação e oferecem ajuda as pessoas para acessarem esses recursos. As RCOs que oferecem serviços aos indivíduos e suas famílias, tendem a ter o foco em  serviços de  apoio não-clínicos baseados em pares. RCOs preenchem a lacuna entre um episódio de tratamento clínico e recuperação a longo prazo através do fornecimento de apoio de pares. A RCO não oferece avaliação profissional nem faz  aconselhamento da dependência, ou serviços clínicos relacionados. Outras características distintivas das RCOs são seu esforço conscientes para alcançar a diversidade cultural, sua ênfase em desenvolvimento de liderança dentro da comunidade recovery (por exemplo, advocacy para a construção de habilidades para assumir a responsabilidade pessoal pela própria cidadania). As RCOs enfatizam o potencial das pessoas em recuperação, em vez de seus problemas históricos e patologicos. Elas também promovem o desenvolvimento de valores de recovery nos núcleos locais e dão diretrizes éticas que devem reger o processo de tomada de decisão organizacional e voluntária em atividades de advocacy e e apoio de pares.



P. Como são financiadas as RCOs?



P. As RCOs recebem fundos de uma grande variedade de fontes. Elas podem receber financiamento federal através do Centro deTratamento de Abuso de Substâncias RCSP; bem como de outros programas federais, tais como o apoio financeiro para reinserção de ex-encarcerados. Em alguns estados, com um sistema mais orientado para cuidados de recovery (por exemplo, CT, VT, AZ, OR), as RCOs recebem subvenções ou podem cobrar alguma taxa pela prestação de serviços.  Centenas de empresas e unidades locais do governo têm prestado apoio a eventos de RCO. As fundações privadas também têm fornecido apoio financeiro para determinadas atividades de RCO, como patrocínio de eventos especiais. Também recebem apoio financeiro dos eventos para acesso à recovery, a exemplo do mês de recovery. O Christopher D. Smithers Foundation financiou a impressão e distribuição na América do Norte de um livro com a histório de recovery entre as tribos nativas americanas. A Fundação Robert Wood Johnson apoia Caras e Vozes da Recuperação desde a sua fundação em 2001. CCAR recebe financiamento anual do Departamento de Saúde Mental de Connecticut e Serviços Toxicodependência (DMHAS). Algumas RCOs são auto-financiadas principalmente através de doações das pessoas em recuperação e de seu círculo de amigos e associados. Muitas RCOs se sustentam financeira a longo prazo em termos de apoio de membros de suas comunidades locais de recuperação.



P. Existem regulamentos ou normas éticas que regem as organizações comunitárias de recuperação?



R. A maioria das RCOs ter um conjunto de valores fundamentais ou um código de ética que orienta a tomada de decisão individual e organizacional. Algumas RCOs, como a Organização Recovery da Pensilvânia e PRO-ACT desenvolveem diretrizes éticas específicas para a prestação de serviços de apoio de pares. Além dessas diretrizes orientadas para a organização das RCOs, alguns estados estão desenvolvendo normas de credenciamento para especialistas de suporte para recovery e um código de conduta ética para as RCOs.



P. Já houve alguma avaliação formal da RCOs?



P. A maioria dos beneficiados pela RCSP e programas de pares e outra entidades de apoio a recovery que são financiadas pelo Estado passaram por algum nível de avaliação do projeto. Estudos científicos rigorosos que serão publicados em meios de comunicação científicos estão em andamento. Algumas RCOs contratam avaliadores para projetos específicos. Há evidências científicas consideráveis para a eficácia dos tipos de serviços de suporte de recovery com base em pares que as RCOs estão oferecendo. Estes tipos de apoio incluem sensibilização e engajamento, auxílio de suporte durante o tratamento primário, relação assertiva para as comunidades recovery, acompanhamento e apoio pós-tratamento, e (quando necessário) no início de uma reintervenção. Há um crescente corpo de evidências científicas que sugerem que o monitoramento pós-tratamento (exames recovery e abordagens assertivas para cuidados continuados), bem como o apoio de  pares pode elevar os resultados da recuperação para adultos e adolescentes, além de serviços prestados por telefone.



P. Como as RCOs oferecem o serviço do apoio de pares para recovery (P-BRSS)?



R. Recovery através de apoio de pares (P-BRSS) está sendo realizado a partir de diferentes contextos organizacionais (por exemplo, organizações de tratamento, RCOs, ministérios de recoveryo baseados na fé.) Estas organizações estão oferecendo uma gama variada de serviços prestados por pessoas que são pagas, por voluntários ou voluntários cujas despesas são pagas pela organização patrocinadora. Acreditamos que o crescente número de RCOs que desenvolvem recovery através do apoio de pares será um fator cada vez mais importante no panorama do tratamento da dependência e recovery na América.



                                                                                                                             

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

CRR DE JOÃO PESSOA ENCERRA ATIVIDADES DO BIÊNIO 2013/2104 E JÁ PREPARA ATIVIDADES PARA 2015



O Reitor do IFPB, professor Cícero Nicácio, presidiu a mesa de abertura do evento

Profissionais e gestores dos serviços públicos da área de atenção aos usuários de crack e outras drogas de diversos municípios paraibanos participaram, nesta último final de semana (08/09), das atividades de encerramento dos cursos do Centro Regional de Referência (CRR), do IFPB, para o biênio 2013/2014. O evento, que aconteceu no auditório do Hotel Caiçara, na Praia de Tambaú, em João Pessoa, contou com a animação da Banda Jovem de Cuité, formada por beneficiários do programa bolsa família.

Segundo a coordenadora do CRR, professora Vania Medeiros, no referido biênio foram formados profissionais da rede de saúde, da assistência social, da segurança pública, justiça e outros segmentos de 30 municípios de todas as regiões do Estado da Paraíba. Participaram da cerimonia de encerramento das atividades do CRR, o Reitor eleito do IFPB, professor Cícero Nicácio, que presidiu os trabalhos da mesa; o Ouvidor Geral da PMJP, Antonio Jácome Filho; a assessora da secretaria de Segurança Pública e Cidadania da PMJP, psicóloga Valéria Cristina; o representante da coordenação de saúde mental da Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba, psicólogo Lucilvio da Silva; a professora da Universidade Católica de Brasília, Aparecida Penso; e o professor Nelson Perez, da Minneapolis Community & Technical College (MCTC) e Century College, no Estado de Minnesota, nos Estados Unidos.

Como parte das atividades de encerramento dos cursos, foram apresentados os trabalhos realizados pelos profissionais dos diversos municípios. Em Cuité foi constituído o grupo de estudos intitulado de “Flor de Cactos”, que desenvolveu um projeto de articulação de redes sociais de apoio à comunidade em situação de vulnerabilidade social conhecida como Tambor. O grupo "Morado do Sol", da cidade de Patos, desenvolveu atividades de mobilização comunitária nos municípios de Cacimba de Areia e Malta; o grupo do município de Cabedelo, "Pescando sonhos", em uma integração do Centro de Pesca, do IFPB, com a Rede de Saúde, Assistência e Ministério Público, desenvolveu atividades culturais e integralizadoras com usuários de CAPS-ad; o grupo formado pela Defensoria Pública, Ministério Público, Tribunal de Justiça, Saúde, Assistência social e Educação, de João Pessoa, planejaram ações de fortalecimento das iniciativas desenvolvidas pela rede de instituições que prestam serviços ao CEA, Mangabeira; o grupo "Novo olhar", de Guarabira, desenvolveu atividades culturais com Ong local.

A coordenadora do CRR informou que no biênio foram ministrados os cursos de Atenção integral aos usuários de crack e outras drogas; de Intervenção breve e aconselhamento motivacional; Aperfeiçoamento em crack e outras drogas, bem como o curso de Gerenciamento de caso e reinserção social para profissionais de setores da atenção aos usuários de drogas. Concluíram os referidos cursos cerca de 400 profissionais. O CRR também realizou uma formação para a Guarda Municipal de João Pessoa, na área da atenção de usuários de crack e outras drogas com trabalhos práticos de abordagem de rua.
Nesta etapa, acrescentou a professora, o CRR-IFPB funcionou, também, como espaço de articulação de redes do território assistido pelas instituições públicas. Foram formados grupos para desenvolver trabalhos práticos que favorecessem a formação de vínculos entre os serviços e a comunidade. “Esta experiência possibilitou uma reflexão sobre a prática intersetorial dos formandos”, enfatizou ela.

A coordenadora do CRR acrescentou que, durante o período de realização dos referidos cursos, as redes estabelecidas para desenvolvimento destes trabalhos apresentaram uma demanda de formação na localidade que o CRR pretende atender nos cursos de 2015. “Nesse sentido, já estamos formulando o projeto dos cursos para enviar à SENAD e concorrer em chamada pública que garantirá os recursos com este objetivo”, adiantou.

Veja vídeo de fotos do evento