quarta-feira, 2 de novembro de 2011

PROFISSIONAIS DISCUTEM O MODELO DE REDE NA ATENÇÃO AO USO DE DROGAS


Mesa Redonda: Redes e reorganização dos modelos assistenciais

Crisvalter Medeiros


Os modelos atuais das práticas dos profissionais da saúde não respondem às demandas do Sistema Único de Saúde. A conclusão foi apresentada, nesta terça-feira (01), pela pesquisadora Claunara Schilling Mendonça na palestra sobre Redes e reorganização dos modelos assistenciais, no 3º Congresso Internacional da Associação Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas (ABRAMD), no Grande Hotel Dall’Onder, em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul.

Segundo a pesquisadora, o Brasil ainda não resolveu os problemas relacionados à atenção básica em saúde e já está sendo desafiado por uma forte carga de doenças. Nesse cenário se destaca os problemas relacionados à saúde mental. “Essa realidade exige uma reestruturação da rede assistencial fundamentada no modelo sistêmico”, assinalou.

Os principais problemas elencados pela pesquisadora foram: a fragilidade da comunidade nos serviços de atenção à saúde, uma gestão que se fundamente numa política que considere os aspectos populacionais ao invés dos individuais, além das limitações na formação profissional.

Também participou dessa mesa, o coordenador geral de saúde mental do Ministério da Saúde, Roberto Tykaroni. O gestor disse que é preciso repensar a municipalização do SUS e que o governo irá fazer uma reforma no sistema criando as regiões de saúde.

Tykaroni explicou que essa reforma terá o objetivo de provocar interações nas administrações municipais visando um consenso em serviços de saúde que considere a rede de urgência, a de atenção primária e a de saúde mental. Para o psiquiatra essa reforma pretende estimular a co-responsabilidade sanitária dos gestores em suas respectivas áreas de atuação. Os pressupostos da nova política são os paradigmas de organização sistêmica, explicou ele, acrescentando que “essa política vai valorizar mais os relacionamentos do que as intervenções isoladas”.

Transpondo esses questionamentos para o campo das drogas, o coordenador de saúde mental admitiu  que as comunidades terapêuticas servem a uma contingência para atender às necessidades do usuário sair do seu ambiente enquanto não acontecem mudanças nesse ambiente.

Para ele, as comunidades terapêuticas devem ser vistas como mais uma experiência social que vai receber apoio financeiro do governo, o que estará condicionado a uma regulamentação e acompanhamento técnico. Por outro lado, também está ocorrendo uma ampliação do Sistema Único de Saúde nessa área, esclareceu.  

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