Coordenadores dos CRRs discutem sustentabilidade dos projetos
Crisvalter Medeiros
A mesa redonda “Crack e outras drogas no século XXI – possibilidades e limites dos Centros Regionais de Referência (CRR), na programação do 3º Congresso da Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas (ABRAMD), nesta segunda-feira (31), provocou uma reunião de articulação entre os coordenadores de CRRs que estão participando do evento.
O 3º Congresso da ABRAMD está acontecendo desde o último domingo (30), no Hotel Dall’Onder, em Bento Gonçalves-RS. O evento encerra-se na próxima quarta-feira (02)
O professor Telmo Mota, coordenador do CRR de Juiz de Fora, um dos palestrantes da referida mesa, levantou alguns questionamentos sobre o papel dessas entidades. Segundo o professor, esses centros deveriam ter um papel mais efetivo nas políticas públicas sobre drogas, ao invés de apenas promover treinamentos para profissionais. “Os centros tem potencial de promover mudanças através da oportunidade de mobilização para propor políticas públicas na área de drogas”, enfatizou o professor da Universidade Federal de Juiz de Fora que trabalha desde 2003 com drogadição na Zona da Mata, em Minas Gerais.
O coordenador do CRR da Universidade Federal de Rio Grande-RS, professor Fernando Amarante, informou que já está em fase de encerramento dos cursos de capacitação e que a principal dificuldade foi com a gestão financeira através do SICONV. O CRR de Rio Grande está ligado ao Centro Regional de Estudos, Prevenção e Recuperação de Dependentes Químicos que funciona há mais de 20 anos na região.
A professora Tânia Maria da Silva, que coordena o CRR ligado à Universidade Federal de Goiás, elencou algumas limitações na implementação do projeto, a exemplo da ausência de profissionais capacitados para ministrar os cursos, já que as universidades localizadas na Região não se interessam pela temática. Ela também se referiu à falta de estrutura física, humana e financeira.
Segundo a professora Tânia, algumas possibilidades para esses centros são: formação de profissionais com o critério da experiência no serviço, estímulo à implantação de linhas de pesquisa em diferentes áreas, preparação para novos cursos, atender demandas da comunidade e a capacitação de gestores.
A coordenadora do CRR do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), professora Vania Medeiros, destacou a importância da implantação desta política para a promoção de ações regionais. Ela enfatizou que o CRR do IFPB, na Paraíba, foi viabilizado a partir de parcerias com centros de excelência nacionais, a exemplo do PRODEQUI, da Universidade de Brasília. Segundo a professora, no próximo mês mais de 300 profissionais das Redes SUS e SUAS vão concluir os quatro cursos do CRR-IFPB.
Em decorrência da importância dessa iniciativa da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), os coordenadores dos CRRs, que estão participando do Congresso da ABRAMD, decidiram se manter articulados para possíveis gestões que viabilizem a sustentabilidade ao projeto. O grupo permanecerá conectado através de uma lista de discussões online.
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