quinta-feira, 4 de novembro de 2010

PRESIDENTE DA ABEAD CONCLAMA SOCIEDADE PARAIBANA A DEFENDER A JUVENTUDE DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Mesa de Abertura do Evento

O presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (ABEAD), Dr. Carlos Salgado, disse ontem, em João Pessoa, que a proteção dos jovens frente ao problema da dependência química deve ser interesse de toda a sociedade. Segundo o médico psiquiatra que tem mais de 20 anos de experiência com o tratamento de  usuários de drogas, 12% dos jovens que se iniciam no uso de substâncias psicoativas tornam-se dependentes.

O médico, que fez a palestra de abertura da I Jornada da ABEAD na Paraíba, enfocando o tema: “Ética Profissional e direitos humanos na dependência química”, ressaltou que é preciso defender o capital social que está representado na nossa juventude, principalmente quando já foi feito investimento na sua formação.

O psiquiatra disse que os profissionais da medicina enfrentam graves dilemas na sua atuação cotidiana com as questões relacionadas à ética e aos direitos do paciente. Segundo ele, a principal angústia dos profissionais está nas dificuldades com o enfrentamento das drogas lícitas, já que estão impossibilitados de dar cobertura a toda a demanda por tratamento. Há também o enfrentamento de dilemas resultantes das complicações para abordar os indivíduos que estão “na rua”; no tratamento compulsório e nos problemas relacionados às propostas de liberação de mais substâncias, bem como no uso de drogas entre os profissionais da área.

Segundo o psiquiatra, o 11º princípio do NIDA – Instituto Nacional para o Abuso de Drogas dos Estados Unidos orienta que o tratamento não precisa ser voluntário para ser efetivo. Para ele, sanções da família, empregador ou justiça podem facilitar significativamente a entrada, manutenção e sucesso do tratamento.

Carlos Salgado explicou, ainda, que se o uso de maconha for liberado no Brasil o status de benignidade dessa substância vai aumentar significativamente e, conseqüentemente, o seu uso vai se expandir rapidamente em todos os estratos sociais. Neste caso, a sociedade terá que fazer, num futuro próximo, um grande esforço para reverter o problema, como aconteceu com o tabaco.

O médio citou o grande dilema que a sociedade e os profissionais da saúde enfrentam, atualmente, para debelar o aumento do uso de álcool entre os jovens principalmente do sexo feminino. Para ilustra a preocupação, ele lembrou das festas de debutantes na qual as meninas ingerem álcool com o beneplácito das famílias.

Após a palestra, o presidente da ABEAD respondeu perguntas da platéia esclarecendo as dúvidas e atualizando informações científicas na área da dependência química.

ABERTURA

Grupo de Sax do IFPB
Participaram da mesa de abertura oficial dos trabalhos do evento da ABEAD em João Pessoa, o presidente da entidade, Dr. Carlos Salgado; o Reitor do IFPB, professor João Batista de Oliveira; a pró-reitora de extensão, professora Edelcides Gondim; o secretário adjunto da educação do município de João Pessoa, professor Rômulo Gondim e a representante do Ministério da Saúde, Ana Sudária. O evento foi animado pela apresentação cultural do grupo de sax do IFPB.

Na noite de abertura do evento, também foi lançado o livro: Drogas – Políticas e práticas, organizado pelo psicólogo Gilberto Lúcio da Silva, do Ministério Público do Estado de Pernambuco. O evento encerrar-se na próxima sexta-feira.
 

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