A Fio Cruz divulgou,
recentemente, o resultado da primeira pesquisa sobre usuários de crack e outras
formas similares da cocaína (pasta base, merla e “oxi”), desenvolvida pela
instituição. A pesquisa realizada nas 26 Capitais brasileiras e no Distrito
Federal foi coordenada pelos pesquisadores Francisco Inácio Bastos e Neilane
Bertoni.
O resultado do inquérito
domiciliar demonstrou que existem cerca de 370 mil usuários de crack e
similares derivados da cocaína no País. A pesquisa apontou, ainda, que nos
municípios pesquisados a estimativa para o número de usuários de drogas
ilícitas em geral (com exceção da maconha) é de 2,28%, ou seja, aproximadamente
1 milhão de usuários. Desta forma, os usuários de crack e/ou similares
correspondem a 35% dos consumidores de drogas ilícitas nas capitais. A pesquisa
faz parte das iniciativas do Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas,
sendo idealizado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD).
O estudo sobre a estimativa
do número de usuários de crack e/ou similares nas 26 capitais brasileiras e no
Distrito Federal foi realizado por meio de inquérito domiciliar de natureza
indireta, ou seja, que não teve como foco primário a entrevista com usuários de
drogas (método NSUM - Network Scale-up Method).
NORDESTE
No Nordeste foram
identificadas 150 mil pessoas que fazem uso regular do crack. Conforme dados da
pesquisa, as capitais da região Nordeste, ainda que estatisticamente apresentem
proporções similares de uso frente às capitais da região Sul, foram as que
apresentaram o maior quantitativo de usuários de crack e/ou similares.
A pesquisa também levantou
informações sobre o uso da substância por menores de idade. Dentre os 370 mil
usuários de crack e/ou similares estimados tem-se que cerca de 14% estão nesse
segmento da população, representando aproximadamente, 50 mil crianças e adolescentes
que fazem uso dessa substância nas capitais do país
Essas proporções de usuários
menores de idade variam conforme a região do país. As capitais da região
Nordeste são as que somam um maior quantitativo de crianças e adolescentes
consumidoras de crack e/ou similares, correspondendo a cerca de 28 mil
indivíduos. Enquanto que, nas capitais das regiões Sul e Norte, esse número é
de cerca de 3 mil menores de idade, em cada uma dessas regiões.
Esta etapa da pesquisa foi realizada em
2012, com aproximadamente 25.000 pessoas, residentes nas capitais do país.
Essas pessoas foram visitadas em seus domicílios e responderam a questões sobre
suas redes sociais (de uma forma geral e com um foco em usuários de crack e
outras drogas).
Nenhum comentário:
Postar um comentário