terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

CRACK – QUEM É VOCÊ ?

 

O termo crack vem do verbo ”to crack”, do vocabulário inglês, que significa .quebrar, pequenos estalidos. Contudo, no mundo das drogas crack é o nome dado a uma das formas de apresentação da cocaína. Constituindo-se em cocaína base acrescida de bicarbonato de sódio e soda cáustica. Esta mistura é cozida, ficando petrificada. Após resfriamento, é triturada em pequenas pedras de cor amarelada que são fumadas pelos seus usuários. Normalmente os “crackeiros” para consumirem a droga, misturam-na com cinzas de cigarros (tabaco), e utilizam-se de cachimbos improvisados em latas vazias de refrigerantes ou cervejas. O nome crack deve-se exatamente ao barulho que a cocaína em forma de pedra faz quando está sendo fumada.

Nos EUA, é comum os traficantes produzirem o  crack  de forma diferente daquela utilizada aqui na América do Sul. Por ser incomum a presença da pasta base de cocaína naquele país, estes fazem um processo inverso a partir do cloridrato de cocaína (cocaína em pó), acrescido com anfetaminas e bicarbonato de sódio, transformando este composto em uma “base” para em seguida ser fumada, podendo também ser misturada ao haxixe (variedade da maconha).

O crack tem efeitos bem mais acentuados e devastadores que a cocaína na forma de cloridrato (pó), pois sua ação é intensa e de pequena duração, cerca de três a cinco minutos. Assim, passado o efeito estimulante, os usuários desta droga são acometidos de um forte sentimento de angústia, de desânimo, sendo impelidos a repetir o uso, na tentativa de sentirem a mesma sensação de euforia, o que os torna suscetíveis ao vício. Valendo lembrar que o poder viciante de qualquer droga, é diretamente proporcional a repetição do uso.

È comum os usuários de “crack” também serem acometidos de irritabilidade, insônia, ansiedade, depressão, extrema paranóia, náuseas, convulsões e, muitas vezes, morte. Tendo se tornado atualmente um fator de desestruturação familiar e social preocupante, bem como um forte  impulsionador da violência, haja vista, que os drogadictos, no afã de conseguirem a droga, frequentemente subtraem objetos dos seus familiares, vendem seus próprios bens, se envolvem em furtos na rua, em assaltos, roubos e atritos com seus pares, com um único propósito: consumir a droga.

Desta forma, há uma necessidade urgente e inadiável, que a sociedade, por meio dos seus diversos segmentos públicos e privados, assuma sua cota de responsabilidade. Precisamos nos conscientizar que, enquanto permanecermos com nossa indignação apenas em estado de repouso, nada mudará, como bem afirma o educador  Paulo Freire: “Hoje cada um é chamado a fazer a sua revolução. Seu estilo será molecular. Como cada molécula interage com o meio e garante sua subsistência, assim cada qual deverá operar as mudanças lá onde se encontra e em interação com o meio ao seu alcance”.
 
Deusimar Wanderley Guedes
Psicólogo e advogado
deusimar.dwg@dpf.gov.br

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