Mesa sobre Redes Sociais de Apoio ao Adolescente: Professora Liana Fortunato (UNB), Professora Aparecida Penso (UCB), professor Geraldo Caliman (UCB), Professora Vania Medeiros (IFPB)
A coordenadora do Núcleo de Estudos Transdisciplinares em Dependência Química (NETDEQ), da Pró-Reitoria de Extensão do IFPB, participou recentemente, como palestrante, de um dos mais importantes eventos acadêmicos do país na área de saúde do adolescentes: o I Congresso Internacional – Adolescência e Violência: perspectivas clínica, educacional e jurídica.
O evento, que aconteceu no Parlamundi, em Brasília-DF, foi promovido pela Universidade de Brasília (UNB), Universidade Católica de Brasília (UCB), Secretaria de Estado de Saúde do DF, Université René Descartes e Villetaneuse International de l’ Adolescente – CILA, as duas últimas instituições são de Paris.
A professora Vânia Medeiros participou do evento a convite da comissão organizadora em decorrência da repercussão nacional dos trabalhos realizados pela Rede Viva, programa de prevenção ao uso de drogas nas escolas, que ela coordenada desde 2005, na extensão do IFPB.
Em entrevista, a professora Vânia Medeiros faz uma análise da importância do evento para a implementação das atividades na área da prevenção ao uso de drogas na escola.
P. QUAL A MESA QUE VOCÊ PARTICIPOU E QUAL O TEMA ABORDADO?
R.Redes Sociais de Apoio ao Adolescente: Família, Comunidade, Escola. A nossa contribuição foi no sentido de provocar reflexões acerca do papel do educador no fortalecimento dessas redes sociais. Discutimos sobre referenciais legais, teóricos e práticos na atividade docente diante da realidade epidemiológica do uso de drogas entre estudantes.
P. QUAL A IMPORTÂNCIA DE TER PARTICIPADO DESTE EVENTO, COMO ISTO VAI REPERCUTIR NA SUA ATIVIDADE DOCENTE?
R. O convite para participar deste evento além de representar o reconhecimento de nosso trabalho por grupos de referência no país amplia a nossa compreensão sobre o problema das drogas inserindo-o no contexto das Políticas Públicas de Juventude (na Saúde, na Educação, na Assistência Social e na Garantia de seus Direitos)
P.QUAL A IMPORTÂNCIA DE VOCÊ TER PARTICIPADO COMO PALESTRANTE?
R. Foi uma grande oportunidade de dar visibilidade ao trabalho que fizemos ao longo destes cinco anos. O apoio que recebemos por parte dos grupos que se fizeram presente neste evento reforçou a nossa convicção de que estamos no caminho certo quando defendemos a prevenção e a formação de profissionais para atuarem na intersetorialidade das Políticas Públicas.
P. COMO AVALIA A REPERCUÇÃO DO EVENTO NA SUA FORMAÇÃO ACADÊMICA?
R. O evento trouxe uma contribuição significativa para a compreensão do agir do adolescente, particularmente no que diz respeito ao crescimento da violência e ao uso de drogas. Foi discutido de modo incisivo que o ato violento de um jovem tem uma forte relação com o modelo social em que ele cresce e vive. E que, antes de ser o agressor ele é a vítima de uma sociedade que desconsidera sua identidade pessoal. Por outro lado, o jovem de hoje sofre de abandono afetivo pela família de dois modos extremistas: ou ele é superprotegido e excessivamente atendido em seus desejos consumistas, crescendo de forma imatura, ou ele é totalmente negligenciado em suas necessidades materiais sendo-lhe cobrado uma maturidade precoce. Falta adaptação dos modelos institucionais (escola, serviços de saúde, de atendimento das medidas sócio-educativas) para lidar com esta realidade. Aprendi neste evento que, as ações das instituições e dos profissionais devem estar referenciadas na Teoria da Complexidade, da Transdisciplinaridade e na Intersetorialidadade possibilitando, desta forma, o fortalecimento de redes sociais de apoio aos jovens. Isto só é possível se os profissionais tiverem formação continuada, reflexão de suas práticas e abertura para o rompimento de crenças e paradigmas ultrpassados.
P. QUE ATIVIDADES VOCÊ PODERÁ DESENVOLVER NA INSTITUIÇÃO, DENTRO DA SUA ÁREA, A PARTIR DAS EXPERIÊNCIA ACADÊMICAS ABSORVIDAS NO EVENTO?
R. Gostaria de provocar a formação de grupos de estudo e integrar iniciativas institucionais neste sentido. Além disso, pretendo continuar o trabalho na rede interinstitucional que até hoje vem garantindo o desenvolvimento de nossas atividades particularmente na área de formação profissional e de multiplicadores da prevenção. Vamos ampliar as ações do Netdeq com a participação de outros estudantes das diferentes modalidades e níveis de ensino no IFPB e melhorar a nossa atuação junto ao curso de Licenciatura em Química que há três anos incluiu a temática da prevenção ao uso de substâncias psicoativas em seu currículo.
P. QUE TIPO DE ARTICULAÇÃO VOCÊ CONSEGUIU REALIZAR QUE VAI A TER REPERCUSSÃO POSITIVA NA SUA ATUAÇÃO PROFISSIONAL?
R. A ida a Brasília possibilitou uma articulação com o MEC, MS, MDS e SENAD para apoio na realização de uma Jornada da ABEAD na Paraíba que ocorrerá no próximo mês de novembro. Esta iniciativa é resultado de uma parceria da ABEAD – regional Pernambuco/IFPB/UFPB/UCB e UNB. A nossa presença no evento e da psicóloga do PAIAD da UFPB, Lawrencita Espínola, foi muito importante para a formalização desses apoios. Teremos, portanto, um evento de grande repercussão para a nossa região.
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