O superintendente da FUNETEC, Waldeci Ramos, representou o Reitor do IFPB
“O compromisso dos profissionais e dos educadores deve ser o de ajudar aos jovens do nosso país, neste momento difícil”. Foi com esse desafio que a professora Maria Aparecida Penso, da Universidade Católica de Brasília, deu início ao debate sobre a “Formação dos Profissionais para Atuação na Rede de Atenção aos Usuários de Drogas”, promovido pelo NETDEQ – Núcleo de Estudos Transdisciplinares em Dependência Química, da Pró-Reitoria de Extensão, do IFPB, às 20h, da última sexta-feira (10), no auditório do Campus de João Pessoa.
“O compromisso dos profissionais e dos educadores deve ser o de ajudar aos jovens do nosso país, neste momento difícil”. Foi com esse desafio que a professora Maria Aparecida Penso, da Universidade Católica de Brasília, deu início ao debate sobre a “Formação dos Profissionais para Atuação na Rede de Atenção aos Usuários de Drogas”, promovido pelo NETDEQ – Núcleo de Estudos Transdisciplinares em Dependência Química, da Pró-Reitoria de Extensão, do IFPB, às 20h, da última sexta-feira (10), no auditório do Campus de João Pessoa.
O debate foi motivado pela certificação dos 50 concluintes do Curso de Promoção da Saúde e Prevenção ao Uso de Substâncias Psicotrópicas, realizado em parceria entre a Unidade de Pesquisa em Álcool e outras Drogas (UNIAD), da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), e a Fundação de Educação Tecnológica e Cultural da Paraíba (FUNETEC). O superintendente da fundação, professor Valdeci Ramos, representou o Reitor do IFPB, professor João Batista de Oliveira, no evento.
Professora Aparecida Penso, da UCB.
Dando prosseguimento ao debate, a professora Aparecida Penso disse que parte dos problemas enfrentados pelos jovens de hoje está relacionado à falta de um modelo exemplar, no qual eles possam se espelhar. Segundo ela, os nossos políticos são corruptos, os pais estão frustrados, os ídolos populares descaracterizados, restando, quase sempre, apenas os professores como referência.
Na visão da educadora Aparecida Penso, a nossa sociedade só vai melhorar quando nós acreditarmos mais nos nossos jovens e ensinarmos eles a pensar criticamente e não apenas imitar o que escutam. “A formação crítica deve ter início já na fase pré-escolar”, defendeu ela.
Retomando a questão central do debate, o problema da formação dos profissionais para atuar em rede na atenção aos usuários de drogas, ela afirmou que ninguém sabe, efetivamente, o que fazer para resolver o problema do crack. “Não existe uma receita pronta, o que precisamos, urgentemente, é começar a repensar todas as nossas práticas sociais e políticas públicas nessa área”, sugeriu.
É preciso promover a saúde na escola, trabalhar junto aos adolescentes em conflito com a lei, atuar nos espaços públicos comunitários, melhorar as abordagens da mídia sobre essa questão; enfim, não podemos mais assumir práticas que não funcionam, alardeou a professora.
Aparecida afirmou que há muito sofrimento em todo o país em decorrência do uso de drogas, principalmente entre os adolescente. Segundo ela, falta consistência no enfrentamento do problema, sendo preciso estudar muito para poder encontrar saídas eficazes para o problema. “A droga envolve questões poderosíssimas, a exemplo do narcotráfico; alerto a vocês que estão concluindo este curso, que vocês vão lidar com questões muito sérias”, ponderou.
Professor Luca Santoro, UNIAD/UNIFESP
“A linguagem bélica não ajuda em nada, vamos fazer promoção de saúde na escola, na comunidade, na família e nas prisões. Precisamos resgatar essas pessoas”. Com essas palavras o professor Luca Santoro Gomes, coordenador do Curso de Promoção da Saúde e Prevenção ao Uso de Substâncias Psicotrópicas, exortou os concluintes a se inserir no campo de trabalho da atenção ao uso de drogas.
Luca prosseguiu esclarecendo que “quem trabalha nessa área nunca deve ter medo de reconhecer suas limitações, é sempre necessário saber mais e acreditar nas lições aprendidas; portanto, o profissional que atua na área da prevenção precisa estar sempre se atualizando”.
A complexidade das drogas no mundo, no Brasil e na Paraíba será o nosso grande desafio, disse ele, alertando que é preciso ter força, coragem e persistência para não desistir diante das grandes dificuldades que surgem a todo instante para quem enfrenta essa área profissional.
A capacitação não é o fim, mas o começo de uma longa caminhada, disse o professor, acrescentando que “vocês devem atuar em todos os domínios nos quais as drogas afetam a vida das pessoas, impedindo-as de realizar os seus sonhos”.
O professor Santoro lembrou que todo dia tem droga nova na sociedade; portanto, todo dia é dia de se enfrentar grandes desafios. “Temos o mundo todo para trabalhar, seja ele grande ou pequeno haverá sempre a necessidade de uma ação”.
Psicóloga Rizonete Gomes - Programa Estadual de Políticas sobre Drogas
A psicóloga Rizonete Gomes, que representou o Programa de Políticas Públicas sobre Drogas, do Estado da Paraíba, disse que a iniciativa do governo vai criar o elo entre as instituições que podem atuar nessa área, “juntar as mãos numa corrente solidária é o nosso objetivo”, enfatizou.
Ela informou que o governo está disponibilizando 40 leitos no Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, em decorrência da epidemia do crack, que assola o país. Segundo a psicóloga, o programa estará promovendo uma capacitação no próximo dia 29, voltada para a organização de serviços. O curso será ministrado por um professor da UNIFESP. “Temos de superar os tabus nessa área, promovendo articulações”, conclamou.
Professora Vânia Medeiros - NETDEQ IFPB
Nessa área tudo é experimentação, nossos entendimentos são dinâmicos e podem estar sempre mudando, disse a professor Vânia Medeiros, coordenadora do Netdeq, órgão promotor do debate. Recorrendo ao educador Paulo Freire, ela lembrou que “quando um profissional é formado em uma instituição pública, ele deve se empenhar com as causas sociais”.
A professora Vânia, responsável pela coordenação local da especialização,em Promoção da Saúde e Prevenção ao Uso de Substâncias Psicoativas, reconheceu que no início do curso, há cerca de dois anos, defendia a formação especializada para que o profissional pudesse atuar de maneira eficaz no campo das drogas. “Hoje eu entendo que quanto mais ampla, melhor a formação”, admitiu ela.
Explicando o seu raciocínio, a professora afirmou que os educadores, os assistentes sociais, os psicólogos, os enfermeiros, médicos etc, sabem muito bem como agir diante das situações que envolvam suas habilidades. “É importante ter formação especializada, mas sem nunca perder o foco do seu campo de atuação básica”.
O conhecimento específico sobre drogas só será eficaz se for integrado a outras áreas da formação humana, disse a professora, acrescentando: O profissional torna-se mais capaz quando ele sabe agir inter e transdisciplinarmente. “Portanto, a partir de agora, vamos atuar na intersetorialidade”, sugeriu.
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