terça-feira, 16 de março de 2010

MACONHA: A DROGA ILÍCITA MAIS CONSUMIDA NO BRASIL



Artigo enviado ao blog pelo psicólogo e advogado Deusimar Wanderley. Deusimar foi Coordenador do Núcleo de Prevenção ao Uso de Drogas e Chefe da Delegacia de Entorpecentes da Polícia Federal na Paraíba. É autor de vários livros abordando a temática das drogas e, atualmente, está elaborando o Projeto de Políticas Públicas sobre Drogas para o Governo do Estado da Paraíba.


O termo maconha não passa de uma gíria. A palavra massificou-se no Brasil onde toda a população assim a denomina. O nome científico da planta é Cannabis Sativa Linneu.

Esta droga, segundo relatos históricos é provavelmente originária da Ásia, mas atualmente é cultivada em quase todas as regiões tropicais do mundo. Contém mais de quatrocentos constituintes químicos diferentes, alguns encontrados também em outras plantas. Contudo, pelo menos sessenta destes componentes são encontrados apenas na Cannabis; são os conhecidos canabinóides. O principal deles é o Delta-9 Tetrahidrocanabinol (THC), responsável pelos principais efeitos psicoativos característicos da ação da planta.

A maconha constitui-se atualmente na droga ilícita mais consumida no Brasil. Cerca de 9,0 % dos brasileiros admitem já ter usado esta substância pelo menos uma vez na vida, segundo dados da SENAD/CEBRID - UNIFESP.

Os efeitos da Cannabis são predominantemente alucinógenos, ou seja, a mesma age no Sistema Nervoso Central provocando alucinações ou perturbações de diversos tipos. È comum o consumidor desta substância apresentar: pupilas dilatadas e avermelhadas (hipermia das conjuntivas), boca seca (xerostomia), aspecto de embriaguez, às vezes se torna extrovertido ou introvertido, tem fome exagerada (larica); sendo comum também o surgimento de amnésias momentâneas, ou seja, o consumo desta droga afeta a memória dos seus usuários quanto a lembranças recentes ou de curto prazo. Outros sintomas muito freqüentes são: distorções da percepção do tempo, risos amotivados, atenção e concentração diminuídas, dissociação das idéias, falta de coordenação dos movimentos do corpo, taquicardia, etc.

A maconha também possui na sua composição uma substância conhecida por Benzopireno, que, além de ser altamente cancerígena, também provoca a diminuição da produção de testosterona (hormônio masculino), responsável pelo desenvolvimento de vários componentes do organismo humano de forma geral. Assim o uso abusivo de maconha poderá prejudicar alguns aspectos, como por exemplo: o desenvolvimento dos músculos, o nascimento de pêlos (barba), o engrossar da fala, a produção dos espermatozóides, etc.

Alguns cientistas afirmam que uma pessoa que fuma três cigarros de maconha por dia, está absorvendo em substâncias cancerígenas o equivalente a quem fuma um maço de cigarros (tabaco) diário.

Outro aspecto importante a relatar é que, vários estudos científicos recentes atestam que:  se uma pessoa tem uma doença psíquica qualquer, mas que ainda não está evidente, ou a doença já apareceu, mas está controlada com medicamentos; o consumo da maconha piora o quadro ou faz surgir a doença, vindo a pessoa a apresentar novamente os sintomas do mal que se encontrava latente ou controlado. Este fato tem sido descrito com freqüência em relação a doença mental denominada Esquizofrenia.


Deusimar Wanderley Guedes
Psicólogo e advogado
deusimar.dwg@dpf.gov.br
 

5 comentários:

  1. Muito obrigado, Guga. Aliás, foi muito bacana o debate que rolou nesse post.

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  2. A maconha não é uma questão de discriminalizar... + sim de despreconceitualizar.
    Tenho uma tese a respeito!!!

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  3. Alguns cientistas afirmam que uma pessoa que fuma três cigarros de maconha por dia, está absorvendo em substâncias cancerígenas o equivalente a quem fuma um maço de cigarros (tabaco) diário.

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  4. Não ttem que gosttar é sóo calar a boca &* Reespeittar " _\|/_ legalize já

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  5. O Benzopireno é liberado a partir da combustão da erva, ou seja, se inalada não causará esse tipo de dano. Além do quê, estudos recentes comprovam a ação antioxidante da planta.
    Já a questão da esquizofrenia é entendida da seguinte maneira: a maconha PODE desencadear a doença em pessoas que tem pré-disposição. Para essas pessoas realmente não é recomendado o uso, bem como não se recomenda penicilina a pacientes com alergia ao componente.

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